G8: Reino Unido e EUA lançam acordo comercial transatlântico

O primeiro-ministro do Reino Unido David Cameron e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lançam nesta segunda-feira (17), após reunião no âmbito da cimeira do Grupo dos Oit8 (G-8), na Irlanda do Norte, um acordo comercial transatlântico ambicioso. As negociações mais detalhadas começarão no próximo mês, em Washington, em meio a esperanças por um acordo rápido que “ajude a economia mundial a crescer” mais rapidamente, de acordo com a matéria do jornal britânico The Guardian.

Reino Unido e EUA - Yves Herman/AP

Anunciando o lançamento das negociações, Cameron disse que um acordo bem-sucedido somaria até 100 bilhões de libras à economia da União Europeia (UE) e até 85 bilhões à economia estadunidense.

“Este é um prêmio de uma geração, e precisa ser aproveitado”, disse o premiê britânico. Fontes do Reino Unido informaram que as negociações podem ser concluídas em 18 meses, mas o presidente Obama advertiu que ainda há dificuldades a serem superadas.

“Esta é uma prioridade para os EUA”, disse Obama. “Daremos aos negociadores um mandato firme, mas temos que intervir para superar obstáculos”, completou. A França já insistiu em que indústrias culturais estão excluídas das negociações (pelo que foi chamada de “reacionária” e “antiglobalização” pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso), temendo o aumento da influência de Hollywood.

Obama disse: “Precisamos resistir à tentação de reduzir as nossas ambições e evitar questões difíceis para chegar a um acordo”. Barroso afirmou que “as negociações podem não ser fáceis, mas valerão a pena”.

Cameron fez da liberalização comercial um dos principais assuntos da cimeira do G8 quando definiu, como anfitrião, a agenda das reuniões, e disse que um acordo pode significar mais trabalhos, menores preços e mais escolhas.

Oficiais britânicos disseram que um acordo pode avançar com o comércio britânico em 10 bilhões de libras, 380 para cada residência.

O primeiro-ministro disse que seria o maior acordo comercial bilateral da história, e que terá “um impacto maior do que todos os outros acordos comerciais sobre a mesa, juntos”, criando até dois milhões de empregos.

Adicionou: “O ponto é aquecer as nossas economias e conduzir o crescimento e a prosperidade em todo o mundo. Para fazer as coisas que fazer diferença real nas vidas das pessoas. E não há forma mais poderosa de alcançar isso do que aumentar o comércio”.

O presidente dos EUA disse: “A relação UE-EUA é a maior do mundo. Comercializamos cerca de um trilhão de dólares em bens e serviços anualmente, investimos cerca de quatro trilhões nas respectivas economias e tudo o que sustenta cerca de 10 milhões de empregos em cada lado do Atlântico. Essa parceria potencialmente transformadora aprofundaria nossos laços”.

Embora muito do comércio transatlântico já seja livre de tarifas, há vários setores (como os serviços financeiros) em que oficiais acreditam que há alcance para liberalização. Washington e Bruxelas receberam bem a ideia de uma parceria comercial e de investimentos, após um longo impasse nas conversações globais de livre-comércio, agora no 12º ano.

Fonte: The Guardian
Tradução da redação do Vermelho