Paraguaios protestam contra privatização de empresa elétrica

Mais de mil trabalhadores do setor elétrico paraguaio manifestaram-se nesta segunda-feira (17) contra o projeto de lei que privatizaria esse serviço público, aprovado pela Câmera dos Deputados.

Desde a manhã desta segunda, empregados e servidores públicos da estatal Administração Nacional de Eletricidade (Ande) concentraram-se em frente a instalações da entidade recusando a tentativa legislativa e a estranha urgência com que se debate no Congresso.

Eles declararam que a privatização  implicaria, em primeiro lugar, no aumento das tarifas e a demissão dos trabalhadores. Os paraguaios rechaçaram a alegação sobre a situação econômica do monopólio estatal pois, além de facilitar tarifas especiais para 400 mil paraguaios de escassos recursos, produz uma renda ao Estado de 750 milhões de dólares anuais.

Os manifestantes têm, inclusive, o respaldo do presidente da Ande, Carlos Heisele, que qualificou de "inconstitucional" a ideia da privatização e as atribuições que se atribui o Congresso nesse projeto como instância para autorizar as concessões. 

Técnicos da Mesa Energética Nacional criticaram, igualmente, a pressa em aprovar a polêmica resolução a duas semanas da renovação do Poder Legislativo como resultado das eleições do realizadas em 21 de abril.

Os trabalhadores da empresa receberam o apoio de diferentes organizações sociais e anunciaram a continuação de seus protestos que poderiam chegar à declaração de uma greve geral no setor.

A Câmera dos Deputados realizará nesta semana a discussão do projeto e o levará ao Senado.

Fonte: Prensa Latina