Farc propõem Constituinte como tratado de paz para Colômbia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) manifestaram nesta terça-feira (18) que consideram necessário que o segundo ponto do debate nos diálogos com o governo de Juan Manuel Santos não se limite exclusivamente à participação da guerrilha na política mas para a “construção” da democracia e reivindicam uma Assembleia Constituinte como tratado de paz no país.

As delegações retomaram nesta terça as sessões conjuntas na mesa de diálogos em Cuba, após estar uma semana trabalhando separadamente em propostas sobre a participação política, segundo ponto da agenda do processo que tenta acabar com mais de 50 anos de conflito armado.

Leia também: 
Ex-ministro colombiano apoia Assembleia Constituinte

Em sua chegada ao Palácio de Convenções de Havana – sede permanente dos diálogos – as Farc reiteraram sua reivindicação de convocar na Colômbia uma Assembleia Constituinte . “Por que ter medo da opinião do povo, pela verdadeira democracia?” O exercício do Poder Constituinte é, sem dúvida, a expressão genuína da afirmação de que a soberania reside exclusivamente no povo”, indica o documento.

“Não estamos falando de uma Constituinte para depois de deixar as armas, mas de uma Constituinte como tratado de paz e novo contrato social. A Constituinte é mais que um cenário de referendação [de um eventual acordo de paz]; é o espaço que define a paz”, destacou a guerrilha.

As Farc questionaram o sistema judiciário colombiano afetado, em sua opinião, pela "corrupção e politicagem" e convidaram a sociedade colombiana e as faculdade de direito das universidades do país para se pronunciarem sobre uma reforma na justiça.

A solicitação de uma Assembleia Constituinte na Colômbia converteu-se em uma das principais demandas da guerrilha nos diálogos oficiais que buscam a paz naquele país. De fato as Farc iniciaram o atual ciclo pedindo o adiamento das eleições previstas para 2014 para organizar um processo constituinte, proposta que é rechaçada rotundamente pelo governo de Santos.

A delegação do governo colombiano, liderada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, não fez declarações para a imprensa.

Fonte: TeleSUR

Acompanhe no Vermelho o especial sobre os Diálogos de Paz