Objetivos de Desenvolvimento do Milênio avançam em Cuba 

A Associação Cubana das Nações Unidas (ACNU), organização não governamental com status consultivo no Conselho Econômico e Social da ONU concentra seu trabalho em assuntos como a solidariedade internacional e a agenda global de desenvolvimento após 2015.

Por Lianet Arias Sosa*, na Prensa Latina

No mês de maio, a associação, formada por 327 membros individuais e 127 instituições e organizações não governamentais, organizou uma consulta na sociedade civil sobre um novo programa de metas, há dois anos do período estipulado pela Nações Unidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). 

Nessa primeira experiência, onde participaram convidados de instâncias e organismos da administração central do Estado e das organizações da ONU radicadas neste país caribenho, serviu de marco para divulgar a situação de Cuba sobre o cumprimento dos objetivos.

“A realização dos ODM está muito avançada em nosso país”, considerou em declarações para a Prensa Latina a diretora da ACNU, Soraya Álvarez, ela informou que o encontro foi propício para contribuir “com nossas expectativas para a agenda (após 2015) que negociará com os governos das Nações Unidas”.

De acordo com a funcionária, as recomendações derivadas do debate entre os representantes da sociedade civil apontam para fortalecer as questões do desenvolvimento e a erradicação da pobreza “como causa fundamental de todos os males”.

“ As recomendações estão focadas em alcançar metas superiores na educação, que seja de qualidade, para ter a igualdade de gênero, oportunidade e a eliminação de qualquer tipo de discriminação”, disse Álvarez, ao referir como uma preocupação a questão do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.

Neste sentido, algumas recomendações, segundo dados divulgados pela ACNU, aludem para a necessidade de aumentar os recursos financeiros destinados para as pesquisas sobre as energias renováveis e garantir a transferência do conhecimento e tecnologias para os países menos desenvolvidos.

Entre as conclusões do fórum, sobressai que além da concepção da segurança alimentar, também deve-se alcançar a soberania e a autossuficiência alimentar como unidade para conseguir juntamente entre os países.

Princípios de uma organização

Surgida em 1947, a ACNU tem entre seus principais objetivos promover o conhecimento e a compreensão na população dos propósitos, princípios e funcionamento do sistema das Nações Unidas e divulgar a participação e atividade de Cuba neste cenário.

Para isso, explicou Álvarez, a associação realiza um trabalho educativo na comunidade, na Universidade de Havana e outros centros educativos através de oficinas, seminários e palestras apresentadas por personalidades da Ciência e da Cultura.

De acordo com a funcionária, a organização é também muito ativa ao denunciar “aquelas situações de injustiça que colocam em risco a paz e a segurança internacional”, por constituir “violações aos princípios da ONU e do direito internacional”.

Por isso não assombra que suas atividades apontem para rechaçar situações como o bloquei econômico, comercial e financeiro contra Cuba, imposto há mais de meio século pelos Estados Unidos, assim como unir esforços para a libertação dos antiterroristas da ilha presos.

Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González foram presos em 1998 e condenados à penas que chegam até uma dupla prisão perpétua mais 15 anos de prisão por monitorar grupos terroristas, que de Miami organizam, financiam e fazem ações contra Cuba.

Outras causas também motivaram a solidariedade da ACNU, entre elas a realidade dos presos palestinos, o povo saharaui e a reivindicação pela soberania da Argentina sobre as ilhas Malvinas, território ocupado ilegalmente pelo Reino Unido em 1833.

"Fomentamos os sentimentos de cooperação internacional, tolerância, solidariedade entre homens, mulheres e crianças de todo o mundo, sem distinção de raça, gênero, língua ou religião”, destacou.

A ACNU é afiliada à Federação Mundial de Associações Nacionais das Nações Unidas é membro da Conferência das Nações Unidas para as Organizações não governamentais e observador na Convenção da ONU sobre Desertificação e Mudança Climática.

*Lianet Arias Sosa é jornalista