Pútin critica a espionagem do governo americano: inaceitável

Presidente russo acredita que medidas são necessárias, mas ações precisam ser tomadas “dentro da lei". Apesar das críticas ao governo norte-americano, Pútin enfatizou que ambos os países compartilham interesses fundamentais.

Na semana passada, o presidente Vladímir Pútin aproveitou o debate de duas horas ao vivo na nova sede do canal Russia Today (RT) para criticar a Agência de Segurança Nacional dos EUA sobre a espionagem exercida sobre Google, Facebook, Apple e outros gigantes da internet.

“Esse tipo de controle só é aceitável se for feito dentro da lei”, disse Pútin à editora-chefe do RT, Margarita Simonian, durante uma visita na semana passada aos estúdios do canal financiado pelo Estado.

“Tais métodos são necessários”, completou Pútin. “Mas não se pode simplesmente sair ouvindo telefonemas na Rússia, é preciso de uma ordem judicial específica. É assim que deve ser feito em uma sociedade civilizada, mesmo quando o intuito é tentar combater o terrorismo com a utilização de meios técnicos. Se está no contexto da lei, então está ok. Caso contrário, é inaceitável”, disse o chefe de Estado russo.

O presidente também comentou a declaração do seu par norte-americano Barack Obama de que não se pode ter “100% de segurança e 100% de privacidade”. Pútin discordou dessa opinião, reforçando que ambos são possível se a vigilância for conduzida dentro da lei.

A Rússia disse que poderia considerar a possibilidade de conceder asilo político ao ex-agente Edward Snowden, 29, se o pedido for feito. O ex-funcionário da CIA foi quem revelou a existência do PRISM, um programa de vigilância de dados usado pelo governo dos EUA, ao jornal britânico “The Guardian” na semana passada.

“Se recebermos esse pedido, vamos considerá-lo”, disse o assessor de imprensa do Kremlin, Dmítri Peskov.

Com agências