Premiê palestino desiste da demissão em acordo com Abbas

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas encontrou-se nesta sexta-feira (21) com o recém-nomeado primeiro-ministro Rami Hamdallah, para discutir o seu pedido de demissão, entregue na quarta (19), de acordo com fontes oficiais. Hamdallah prestou juramento juntamente com o seu gabinete (formado com poucas alterações com relação ao anterior) na semana passada, e substitui o ex-premiê Salam Fayyad, que se demitiu em abril.

Hamdallah - Maan

Fontes informaram a agência palestina de notícias Ma’an que o primeiro-ministro se encontraria com o presidente Abbas no final da tarde. Oficiais de alto nível no governo disseram que o presidente faria esforços intensos para persuadir Hamdallah a não se demitir, o que parece ter resultado.

Tayib Abdul-Rahim, um dos principais aliados de Abbas, e o chefe da inteligência, Majid Faraj deixaram a casa de Hamdallah em Anabta nesta quinta-feira, depois de mais de três horas de conversas, tentando convencê-lo a reconsiderar a sua decisão.

Um reporter na região de Tulkarem, onde vive Hamdallah, disse que a reunião havia terminado sem que qualquer um dos participantes fizesse uma declaração. Se o premiê insistisse na demissão, o presidente teria de nomear outro para o cargo, novamente.

Fontes oficiais informaram a Ma’an de que Hamdallah havia apresentado a sua demissão a Abbas após uma discussão entre seus vices, Muhammad Mustafa e Ziad Abu Amr, por motivos de responsabilidades e divisão de poderes.

O novo gabinete de 25 membros, sob a chefia de Hamdallah, prestou juramento em 6 de junho, e incluiu a nomeação de dois vice-premiês para dois assuntos diferentes: Ziad Abu Am e Mohammed Mustafa, que chefia o Fundo de Investimento Palestino e que recebeu o papel de assessor econômico, mas tinha sido cotado para a substituição do ex-premiê Salam Fayyad anteriormente.

O primeiro-ministro, um independente considerado próximo ao partido governante Fatah, de Abbas, foi reitor da Universidade Al-Najah e secretário-geral da Comissão Eleitoral Central, e quando nomeado, disse comprometer-se a seguir a agenda do presidente, em grande mantendo a conformação do governo.

Além disso, está prevista a formação de um governo de unidade nacional para o verão (do hemisfério norte), com a aproximação entre o Fatah e o partido de resistência islâmica que governa a Faixa de Gaza, o Hamas.

De acordo com a Ma’an, a saída de Fayyad, e depois a de Hamdallah poderia chegar em um tempo complicado para os Estados Unidos, que tinham simpatia pelos dois e que, através do secretário de Estado dos EUA John Kerry, dizem buscar reviver o “processo de paz” entre palestinos e israelenses.

Hamdallah, entretanto, retirou o seu pedido de demissão logo após a reunião com Abbas, de acordo com um oficial do governo, já que ambos ainda não deram declarações.

Com informações da Ma'an,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho