Empresários mandam bloquear Rodoviária
Três empresas que perderam a licitação do transporte coletivo em Brasília determinaram que seus funcionários bloqueassem a rodoviária do Plano Piloto, no final da tarde de ontem.
Publicado 25/06/2013 10:03 | Editado 04/03/2020 16:39

Cerca de 600 rodoviários fecharam o Eixo Monumental a tarde de ontem. Eles usaram mais de 50 ônibus para bloquear a entrada e saída de coletivos da rodoviária do Plano Piloto. A paralisação não foi apoiada pelo Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal. Segundo o presidente da entidade, João Osório da Silva, o protesto foi organizado pelos empresários que perderam a licitação. Para o sindicato, o governo do Distrito Federal deu garantias suficientes de que os empregos da categoria serão mantidos no novo sistema.
Revoltados com a falta de ônibus para voltar para casa, alguns passageiros atacaram coletivos estacionados no local, atirando pedras e paus. Pelo menos quinze ônibus foram quebrados e outros dois incendiados. Também houve tentativa de depredação de lojas da rodoviária. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo. Os ônibus voltaram a circular normalmente no início da noite.
Em nota, o Governo do Distrito Federal (GDF) afirmou que a manifestação foi organizada por vários empresários que perderam a licitação para a renovação da frota da frota de ônibus do DF, de acordo com o sindicato dos rodoviários local.
De acordo com o diretor presidente do DFTrans, Marco Antonio Campanella, foi possível identificar que estes grupos estão tentando usar o momento de transição para atrapalhar as negociações entre o GDF e os trabalhadores. "Estamos discutindo todas as reivindicações com o sindicato, e as negociações estão avançadas principalmente no que diz respeito à garantia de empregos, à data Base e às rescisões trabalhistas que as empresas irão pagar", declarou Campanella.
Nota do Sindicato dos Rodoviários sobre o protesto
O sindicato dos rodoviários esclarece que não está patrocinando os atos de paralização do Transporte Público Coletivo ocorrido na rodoviária do Plano Piloto na tarde do dia 24 de junho. Também, não é responsável por qualquer outro ato nesse momento.
As paralisações ocorridas contam com a liderança de pessoas que estão defendendo interesses escusos e que buscam confundir a cabeça do trabalhador para atingir seus objetivos.
Com o processo de licitação em curso, empresas perderão o direito de continuar operando o transporte Público do Distrito Federal. O interesse em permanecer no sistema tem levado empresas a se valerem de pessoas ligadas a elas a patrocinar o medo e a realizar atos de sabotagem do processo em curso.
O sindicato não defende interesses de empresários. O sindicato sempre atuou e sempre atuará na defesa dos interesses dos trabalhadores.
Neste momento o sindicato discute com o governo do Distrito Federal três questões que são essenciais para os trabalhadores.
1. Garantia de empregos dos atuais empregados nas novas operadoras.
2. Verbas trabalhistas
3. Negociação coletiva da Data- base.
Todos os pontos tratados com o governo tiveram posição positiva e se busca hoje os meios para viabilizá-los. Tendo em vista que o processo licitatório está em curso, sujeito ainda a alterações, pois várias disputas judiciais têm sido travadas, o desfecho de algumas negociações não puderam se dar. Há, entretanto, acordo entre o sindicato, Governo do Distrito Federal e os novos operadores do sistema quanto ao reaproveitamento dos trabalhadores nestas novas empresas. Relativamente às verbas trabalhistas o GDF estuda com o seu serviço jurídico uma solução jurídica dentro da legalidade de forma a poder atender o pleito do sindicato. A data- base da categoria, também está em discussão e em que pese o fim do acordo coletivo, os benefícios foram todos mantidos graças a pressão política do governo do distrito federal sobre os empresários.
Os trabalhadores estão com os empregos garantidos. Todos os assuntos de interesses dos empregados estão sendo tratados. Não há, portanto, razões para que se preocuparem e nem tão pouco participarem de manifestações que tem como objetivo impedir que as transformações cheguem no transporte público coletivo, a benefício dos trabalhadores e da
A confusão patrocinada contra a categoria não visa defender os interesses dos Rodoviários, mas sim, busca preservar interesses escusos de quem não pode aparecer e está se valendo do medo dos trabalhadores para alcançar seus objetivos.
João Osorio, presidente do sindicato.