Governo colombiano dialogará com camponeses
Após 17 dias de protestos, o governo colombiano instalará nesta quinta-feira (27) uma mesa de diálogo com os camponeses do Catatumbo, para chegar a um acordo em 10 temas, entre eles a declaração de uma Zona de Reserva.
Publicado 27/06/2013 17:28
Segundo a imprensa local, a mesa de acordo acontecerá em meio às manifestações de quase 16 mil agricultores que protestam contra mais de 70 anos de abandono estatal e exigem a substituição gradual dos cultivos ilícitos mediante projetos sustentáveis para a região.
"Seis porta-vozes do campesinato se reunirão com o ministro da Agricultura e representantes de várias instituições para falar sobre a erradicação dos cultivos, o plano de consolidação e direitos humanos", declarou à Rádio Caracol o porta-voz dos camponeses, Juan Quintero.
Segundo o previsto, também será tratado nas conversas a exploração mineira no Catatumbo, os subsídios para minimizar a crise alimentar, o acesso à saúde e a pavimentação das estradas.
Em declarações ao jornal El Colombiano, outro dos líderes da Associação Camponesa, Henry Pérez, disse que têm toda a vontade para dialogar. "Pode-se chegar a um acordo até o meio-dia ou prolongar até o sábado. O importante é que o governo se comprometa com esta região", apontou.
Protestos
As manifestações, que começaram em Tibú no dia 11 de junho de maneira pacífica, estão sendo reprimidas pela força pública e já têm saldo de quatro camponeses mortos, mais de 30 feridos e vários presos.
Milhares de colombianos e várias organizações internacionais expressaram sua indignação pelas ações do exército, da polícia e do esquadrão antidistúrbios contra a população
Na quarta (26), o movimento político e social Marcha Patriótica e a Associação Camponesa do Catatumbo denunciaram perante as Nações Unidas a responsabilidade da força pública pela morte dos quatro civis.
Nesta quinta (27), pela terceira vez, organizações sociais convocaram um plantão em Bogotá em frente ao Ministério de Agricultura em solidariedade aos camponeses do Catatumbo, que recebem o apoio de movimentos sindicais da Grã-Bretanha, da Irlanda e de outras partes do mundo.
Fonte: Prensa Latina