Dilma ouve juventude e LGBT: apoio, reivindicações e denúncias 

A presidenta Dilma Rousseff recebeu nesta sexta-feira (28), no Palácio do Planalto, representantes do Movimento da Juventude e LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais). Os encontros, que integram a agenda de convergência da Presidência da República, oriunda das manifestações ocorridas nos últimos dias no País, tem como objetivo manter o diálogo entre o governo e o movimento.

Dilma ouve juventude e LGBT: apoio, reivindicações e denúncias - Presidência da República

No encontro, os grupos conversaram com a presidente sobre suas reivindicações, fizeram críticas à repressão policial nas manifestações de rua e manifestaram apoio à proposta do plebiscito sobre a reforma política.

O Movimento LGBT enfatizou as críticas ao projeto sobre a "cura gay", aprovado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara, que determina que psicólogos atuem para reverter a orientação sexual dos pacientes.

O encontro de Dilma com os ativistas acontece um dia depois do lançamento do Sistema Nacional LGBT, formado por centros de promoção e defesa – com apoio psicológico, jurídico, entre outros tipos de suporte – e por comitês de enfrentamento à discriminação e de combate à violência.

Apenas em 2012, 4,8 mil homossexuais foram vítimas de violência motivada por sua opção sexual, número 183% superior ao registrado em 2011, segundo estudo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Houve ainda um aumento de 166% no número de denúncias feitas em 2012.

Apoio da juventude

Desde a última segunda-feira (24), a presidente tem recebido representantes de movimentos sociais, de estudantes e entidades sindicais em busca de medidas que atendam às reivindicações das manifestações ocorridas pelo país nas últimas semanas. Entre as propostas da Presidente Dilma está a realização de um plebiscito sobre a reforma política.

“Para nós, é essencial a participação popular na elaboração da reforma e, por isso, estamos elegendo a campanha pelo plebiscito e pela reforma política com participação popular contra o financiamento privado de campanha como a grande prioridade dos movimentos sociais organizados”, disse o secretário Nacional de Juventude da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

O presidente do Conselho Nacional de Juventude, Alessandro Melchior, que também representa a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), ressaltou a importância das manifestações para a democracia e criticou excessos das políticas militares, informando que apresentará relatório à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Segundo Melchior, o conselho considera as manifestações essenciais e naturais da democracia. "O que não é essencial e natural é a repressão policial e, por isso, informamos hoje à presidenta da República que estamos elaborando um relatório de todas as violações e repressões ocorridas em todos os estados, responsabilizando as polícias militares e os governos dos estados", disse ele. O relatório será entregue à presidenta e à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos.

De acordo com a secretária nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência, Severine Macedo, os representantes dos movimentos de juventude levaram à presidenta Dilma a demanda pelo aprofundamento da participação política dos jovens. Ela disse que o país tem 51 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, que, no atual sistema político, tem dificuldade para disputar eleições, eleger-se e ocupar espaços representativos. “Nós, do governo, precisamos ampliar e qualificar os espaços de participação e de ouvir a opinião da juventude.”

Para tanto, adiantou Severine, o governo criará, daqui a duas semanas, um observatório participativo, que será um canal de diálogo permanente com os jovens, por meio das redes sociais, “para consultas públicas, mas também para aprofundar o conteúdo a cerca das políticas públicas de juventude”, nas áreas de saúde, educação, mobilidade urbana e segurança.

Da Redação em Brasília
Com agências