Governo colombiano e camponeses em greve dialogarão nesta terça

Os líderes dos protestos no Norte de Santander, que aceitaram, no último domingo, o convite do presidente Juan Manuel Santos à Casa de Nariño, sede da presidência, afirmaram à imprensa que esperam que o governo mostre sua vontade para chegar a acordos.

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"Uma dessas demonstrações é que a delegação governamental vá ao município Tibú, epicentro das mobilizações, para negociar a lista de reivindicações com os agricultores", destacaram os porta-vozes do campesinato.

No encontro desta terça (2) , estarão presentes pela parte do governo os ministros da Agricultura, Fazenda, Trabalho, Interior e Defesa, e o diretor de Planejamento Nacional.Os manifestantes ratificaram que a greve, apoiada por mais de 16 mil pessoas, será mantida enquanto não for conseguido um acordo definitivo.

Os protestos em Catatumbo, que começaram no dia 11 de junho de maneira pacífica, têm sido reprimidos pela força pública, que em duas ocasiões atirou contra os manifestantes e deixaram quatro morto, mais de 30 feridos e vários presos. 

Os agricultores reivindicam a demarcação de uma Zona de Reserva para evitar o avanço do latifúndio, que nessa região se consolidou com os paramilitares, e a substituição gradual dos cultivos ilícitos mediante projetos sustentáveis.

Em um comunicado difundido na segunda, a Associação camponesa explicou que, como demonstração de boa vontade, desbloquearam a via do município de Ocaña.

"Estamos conscientes de que esta situação ainda sem solução à crise não pode se dilatar eternamente, realizamos gestos de boa vontade, todos sem resposta. O governo não veio para o Catatumbo para os acordos", .

"A solução para os nossos problemas não pode ser a violência do Estado. Fazemos um chamado urgente às organizações indígenas, afro-colombianas e populares para mobilizar por nossos direitos e exigir o cumprimento de nossas reivindicações e os acordos não cumpridos", disseram.

Por sua vez, o ministério do Interior anunciou em um comunicado que o governo está pronto para sentar à mesa de diálogo. "Estamos de acordo em construir uma metodologia que priorize a atenção da problemática social dos camponeses do Catatumbo no marco do programa alternativo para os cultivos ilícitos", indica o texto.

Fonte: Prensa Latina