Assange: Snowden revelou invasão de privacidade mundial pelos EUA

As revelações de Edward Snowden superam o que o governo dos Estados Unidos tem feito com seu próprio povo, supera o Pentágono, invadindo a privacidade do mundo inteiro, disse o fundador do Wikileaks, Julian Assange.

A informação tornada pública por Snowden, ex-técnico de uma empresa prestadora de serviços de espionagem para a Agência Nacional de Segurança (NSA), supera os bilhões de telefonemas interceptados pela CIA e pelo governo dos Estados Unidos, afirmou Assange em uma entrevista na embaixada do Equador no Reino Unido.

As declarações de Assange a uma rede de televisão dos Estados Unidos, retransmitidas pela agência Andes do Equador, destacam que Snowden denunciou aos cidadãos do mundo e dos Estados Unidos que há uma interceptação maciça de suas chamadas telefônicas.

"O que o presidente dos Estados Unidos [Barack Obama] está dizendo à imprensa é que nós somos espiões e o que nós demonstramos que esse Estado é que é o espião", afirmou Assange.

Ao ser consultado pela emissorasobre as razões pelas quais ele e Snowden escolheram o Equador para solicitar asilo, disse que ambos são perseguidos pelo governo dos Estados Unidos.

Ambos, disse, são perseguidos por revelar informações secretas, no caso de Assange, e por revelar a gigantesca rede de espionagem através de telefones e redes sociais, no caso de Snowden.

"Quantos jornalistas presos há no Equador? Zero e tem sido zero durante muitíssimo tempo. Além disso, o país não está envolvido no assassinato de pessoas" , disse Assange ao justificar sua escolha desse país para sua solicitação de asilo político.

"Não se pode esperar muita imparcialidade da justiça estadunidense porque em distritos especiais como o de Alexandria, Virgínia, existem tribunais e júris compostos completamente por empregados da CIA e do Pentágono", assegurou.

"Eu acho que há muitos países valentes no mundo que podem outorgar asilo a Edward Snowden. Ele não poderia ser transportado sem esse tipo de proteção, após o desamparo legal em que o deixou o governo de seu país", comentou o fundador do Wikileaks.

Fonte: Prensa Latina