Papa Francisco adverte contra migração africana precária à Europa
O papa Francisco homenageou nesta segunda-feira (18) os imigrantes africanos que tentam chegar de forma irregular à Europa, desembarcando em Lampedusa, no Sul da Itália. O desembarque de imigrantes é cercado por dificuldades, pois a maioria chega clandestinamente em barcos lotados e precários, ou morrem no caminho; vários são impedidos de permanecer na Europa.
Publicado 08/07/2013 10:03

O papa fez uma saudação especial aos muçulmanos que começam hoje o Ramadã (período de jejum para os muçulmanos e de renovação da fé, da prática da caridade e dos valores da vida familiar).
“Meu pensamento se volta aos imigrantes muçulmanos queridos que começam agora o jejum do Ramadã, com a esperança de abundantes frutos espirituais. A Igreja está perto de vocês na busca de uma vida mais digna para si e suas famílias”, disse ele.
Uma embarcação com 166 imigrantes foi interceptada na Costa de Lampedusa, poucas horas antes da chegada do papa. A embarcação foi escoltada por lanchas da polícia italiana. Os 166 imigrantes foram levados para o centro de acolhimento da ilha, onde 150 imigrantes irregulares aguardam o processo de repatriamento.
Na celebração em Lampedusa, o papa homenageou os imigrantes que morreram na travessia até a ilha. "[Aos] imigrantes que morreram no mar, os barcos que, em vez de ser um caminho de esperança, foram o caminho de morte. Então, senti que tinha de vir aqui hoje para orar, fazer um gesto de proximidade, mas também para despertar as nossas consciências para que o que ocorreu não aconteça de novo”, ressaltou.
Francisco agradeceu o apoio prestado por associações e voluntários na ajuda aos imigrantes. Ele lembrou passagens bíblicas que ressaltam a importância de apoiar os irmãos, principalmente os que passam por dificuldades. O papa pediu que as pessoas sejam sensíveis à dor alheia. Segundo ele, há uma tendência de “anestesiar o coração”.
A imigração africana de forma precária à Europa tornou-se um drama internacional pelas condições em que é feita, pelos riscos que acarreta (principalmente fatais), e pela recepção no país de trânsito ou de destino, muitas vezes dura e direcionada ao processo de repatriamento dos imigrantes aos seus países de origem ou ao país que o recebeu em primeiro lugar (no caso da União Europeia, por exemplo), como forma de desresponsabilizar o país de destino pelo seu acolhimento.
Com informações da Agência Brasil