Venezuela assume presidência temporária do Mercosul nesta sexta

Nesta sexta-feira (12), a Venezuela assumirá a presidência temporária do Mercado Comum do Sul (Mercosul), para consolidar a unidade dos países latino-americanos e fomentar seu desenvolvimento.

Venezuela - Mercosul

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, expressou que a natureza deste bloco mudou nos últimos anos para chegar a um mecanismo “que transcende o econômico, comercial e vai constituindo-se em um bloco social e político”. 

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Em recentes declarações, destacou que durante os seis meses em que assumirá a presidência do Mercosul, o país promoverá “o desenvolvimento social, a união cultural, a construção de uma nova identidade dos povos” e impulsionará a integração econômica, energética, estrutural das nações”.

Maduro propôs a criação de uma zona econômica produtiva para a América Latina e o caribe como ferramenta da integração na consolidação do bloco.

“O Mercosul é o motor de coesão da nova zona econômica latino-americana e caribenha, devemos integrar o Mercosul com a Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América), com a Petrocaribe e Caricom (Comunidade do Caribe)”, disse.

Legado de Chávez

Ao assumir a presidência temporária do bloco, o governo continuará o caminho traçado pelo líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez Frías, que concebeu o Mercosul como um projeto geopolítico para benefício dos povos latino-americanos.

Ele destacou que o projeto venezuelano “é sem dúvida também de interesse nacional brasileiro, argentino, uruguaio, paraguaio e da América do Sul, da nossa América”.
O líder socialista defendeu a necessidade de abordar um conjunto de políticas e projetos
estratégicos de desenvolvimento, como parte de uma nova etapa de evolução deste bloco de integração.

Oportunidades no Mercosul

Graças a adesão da Venezuela, o PIB do Mercosul representa 83,2% de toda a América do Sul e sua população alcança cerca de 270 milhões de pessoas (70% do total da América do Sul).
A entrada do país no bloco também contribui com as maiores reservas de petróleo do mundo, certificadas em 297.570 milhões de barris de petróleo e favorece o estabelecimento de cadeias produtivas complementares na manufatura, indústria, ciência e tecnologia, através de convênios comerciais que, até a data, somam um total de 11.000 milhões de dólares.

Maior intercâmbio ocorre com o Brasil, cerca de 6.000 milhões de dólares, enquanto a Argentina, os acordos totalizaram 3.000 milhões de dólares, e do Uruguai, a quase 2.000 milhões de euros. Esses acordos, 51 no total, foram formalizados em 13 de Maio, durante uma viajem liderada pelo presidente Nicolás Maduro países que compõem o bloco.

Ações de integração

Entre as ações que foram realizadas com a entrada da Venezuela no bloco regional estão a assinatura de mais de 200 empresas para a Câmara Venezuelana de Empresários e Industriais do Mercosul (Cavemin), uma organização que foi criado em 19 de abril de 2013 devido à necessidade de promover a participação do setor produtivo venezuelano nesta instituição sul-americana.

Está previsto que as importações dos produtos dentro dos países do Mercosul (entre os maiores produtores de alimentos do mundo) mais acessíveis, o que deve influenciar uma maior disponibilidade de produtos e os baixos custos e preços finais desses bens. 

Da mesma forma, a Venezuela assinou acordos de complementação econômica com os outros membros do bloco (Argentina, Brasil e Uruguai), para regular o comércio sob os princípios de gradualidade, flexibilidade e equilíbrio, reconhecimento e tratamento preferencial assimetrias e os princípios da segurança alimentar, meios de subsistência e desenvolvimento rural.

Apoio à produção

O presidente Maduro pediu setores produtivos do país para trabalhar em conjunto com o governo para aumentar a oferta de exportação para o Mercosul, Caribe e América Central. Para este fim, a Missão criado Mercosul, destinado a apoiar os produtores domésticos para que eles tenham as condições necessárias para que possam exportar para o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Ele também aprovou a injeção de mais 500 milhões de dólares  para o Fundo Bicentenário Alba e o Mercosul, para financiar o desenvolvimento de pequenas e médias indústrias do país.

Com informações da AVN