Ceará: Centrais sindicais unidas em defesa dos trabalhadores

A maior concentração da classe trabalhadora aconteceu na Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza, onde participaram milhares de trabalhadores de várias categorias, movimentos sociais e estudantil. Atos também foram realizados em cidades do interior do Estado.

Trabalhadores ligados às centrais sindicais no Ceará (CTB, CUT, , CSP Conlutas, Força Sindical, Nova Central, CGTB e UGT) aderiram ao Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações e realizaram ato político em diversas partes da capital e do interior em defesa da pauta da classe trabalhadora, na quinta-feira, dia 11/7, em Fortaleza.

Em um trio elétrico, representantes das centrais sindicais defenderam a pauta da classe trabalhadora, dentre elas a destinação de 10% do PIB para Educação; 10% do PIB para Saúde; Reforma Agrária; Retirada do PL 4330 (que legaliza a terceirização); fim do Fator Previdenciário; redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salários; suspensão dos leilões do petróleo que estão marcados; além da valorização das aposentadorias.

Comerciários paralisaram as atividades e as lojas do Centro fecharam durante a manhã, metalúrgicos atrasaram o expediente em algumas fábricas e o transporte público deixou de circular por algumas horas e os alternativos paralisaram todo o dia.

Servidores municipais também fizeram ato em frente ao Paço Municipal, sede da Prefeitura de Fortaleza, e cobraram do prefeito Roberto Cláudio melhorias para a categoria. Entre as reivindicações, melhores condições de trabalho, realização de concurso público, pagamentos de benefícios atrasados e mudanças em alguns itens da legislação municipal referente aos servidores. Eles cobram ainda a redução da tarifa de ônibus, a abertura dos postos de saúde no terceiro turno, o fim das remoções por conta de obras de infraestrutura ligadas, direta ou indiretamente, à Copa do Mundo e a confecção das carteiras estudantis, com garantia de repasse para as entidades. Uma reunião entre a gestão e os servidores deverá ocorrer ainda neste mês.

O transporte público também teve foi afetado durante o dia. Pela manhã, os terminais do Papicu e de Antônio Bezerra pararam por cerca de uma hora. Após bloqueio de garagem, três linhas do transporte alternativo não circularam normalmente durante todo o dia. Os trabalhadores de coletivos municipais reivindicavam mais qualidade e segurança no transporte público, além de redução da tarifa.

Teve também concentração de trabalhadores da Construção Civil na Praça Portugal. O grupo seguiu em passeata em direção ao Paço Municipal.

Interior

No interior do Estado, a classe trabalhadora também está organizada para esse Dia Nacional de Luta. Durante duas horas, cerca de 150 integrantes do MST, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), interditaram a BR-222, na altura do km 221, em Sobral. O movimento também fechou a CE-060, na altura do km 180, perto do município de Quixeramobim.

Em São Gonçalo do Amarante cerca de mil pessoas paralisaram as atividades do Porto do Pecém durante duas horas. Os trabalhadores de operadoras portuárias, de logística e de transporte se mobilizaram na entrada do complexo industrial do Porto, impedindo a entrada e a saída de veículos e pessoas. Na pauta de reivindicações, melhoria nos serviços públicos da região. Também ocorreram manifestações em Limoeiro do Norte, Crato e Tabuleiro do Norte.

Opiniões

“Consideramos este um dia histórico, com a unidade das centrais sindicais em torno de bandeiras em defesa da classe trabalhadora. Na próxima terça-feira (16/07), as centrais já têm reunião marcada para discutir propostas de novas ações, dentre elas um dia estadual de manifestações e até uma greve geral. Este foi só o primeiro passo”. Luciano Simplício – Presidente da CTB-CE.

“Consideramos o ato político positivo, com a participação importante da sociedade. Esse é o momento de a classe trabalhadora se unir em defesa dos seus direitos e da pauta unitária das centrais”. Joana Almeida – Presidenta da CUT-CE.

“As centrais sindicais, todo o movimento sindical, que nunca dormiram, estão nas ruas desde sempre com uma vasta pauta nas mãos cobrando mais respeito e dignidade para a classe trabalhadora”. Carlos Eduardo Bezerra – Presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.

"A mobilização foi boa, parte da população entendeu nosso movimento e nos apoiou". Nestor Bezerra – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF).

Pauta única das centrais sindicais

• Redução da Jornada de Trabalho para 40h semanais, sem redução de salários;
• Contra o PL 4330, sobre Terceirização.
• Fim do fator previdenciário;
• 10% do PIB para a Educação;
• 10% do Orçamento da União para a Saúde;
• Transporte público e de qualidade;
• Valorização das Aposentadorias;
• Reforma Agrária;
• Suspensão dos Leilões de Petróleo.

De Fortaleza,
Carolina Campos

(Fotos: G1/CE)