Greve geral contra cortes no funcionalismo paralisa a Grécia

A greve geral de 24 horas em protesto contra demissão de funcionários públicos, realizada pelos sindicatos na Grécia, paralisou setor do transporte ferroviário e afetou também os voos.
 

Grécia: greve geral

A Grécia enfrenta uma nova greve geral nesta terça-feira (16), convocada pelos sindicatos de funcionários públicos e privados contra o projeto de lei que elimina 4 mil empregos públicos e impõe a transferência forçada de 12,5 mil servidores, entre eles policiais, professores, funcionários de escolas e do setor da saúde.

Em Atenas a greve atinge o sistema de ônibus, mas apenas três estações de metrô serão fechadas , no local onde os protestos e as passeatas devem acontecer. O tráfego aéreo também registrava atrasos nesta manhã e nenhum trem circulará no país durante todo o dia. Já nos hospitais, os médicos só prestam atendimento de emergência.

O governo grego criou uma lista de cargos a serem preenchidos e os servidores têm no máximo oito meses para encontrar um novo posto de trabalho, caso contrário serão demitidos. Este polêmico projeto de lei, visto como mais um sacrifício em um país em que mais de um quarto da população está desempregada, será discutido amanhã no parlamento, onde o governo só conta com 5 votos de maioria.

Após o choque do fechamento da rede pública de rádio e televisão do país sem pré-aviso ou negociação, no começo de junho, as políticas de rigor prometem criar mais polêmicas com os cortes que devem afetar especialmente o setor da educação.

As medidas de rigor são uma exigência da troika de credores internacionais, formada pela União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), para liberar um repasse de cerca de 7 bilhões de euros (cerca de 20,6 bilhões de reais) de ajuda financeira à Grécia.

Imunidade

Nesta terça-feira (16), pela manhã, o parlamento grego retirou a imunidade do ex-ministro das Finanças, o socialista George Papaconstantinou, acusado de ter falsificado uma lista contendo nomes de 2 mil gregos que teriam contas bancárias não declaradas em uma filial do banco HSBC na Suíça. O ex-ministro nega as acusações, mas, se for condenado pela justiça, pode pegar até 10 anos de prisão.

Fonte: RFI