Estados Unidos continuam agindo como nos tempos da Guerra Fria

O novo relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre o cumprimento dos acordos sobre o controle de armamentos, a não proliferação e o desarmamento, está impregnado de desconfiança nas relações russo-estadunidenses e é um sinal de que o regime americano continua usando a retórica da Guerra Fria, declarou a chancelaria russa em um comunicado.

"O novo relatório dá a impressão de que os EUA, apesar das mudanças na agenda mundial, continuam usando o jargão propagandístico da Guerra Fria. A arraigada pretensão dos estadunidenses e avaliar e colocar etiquetas aos demais parceiros ao redor do mundo caminha junto com a categórica negativa de "olhar no espelho", diz o comunicado do Ministério de Relações Exteriores russo.

Segundo a diplomacia do país euro-asiático, "da mesma forma que no passado, os Estados Unidos continuam com suas infundadas alegações de que a Rússia descumpre supostamente seus compromissos relativos a vários acordos internacionais".

A chancelaria indica em particular que o relatório questiona, sem apresentar provas o cumprimento por parte da Rússia da Convenção sobre a Proibição de Armas Bacteriológicas e Tóxicas.

Fala-se ainda no documento estadunidenses do "suposto descumprimento pela Rússia da Convenção Sobre Armas Químicas", embora nenhum outro país "apresente acusações semelhantes contra a Rússia", apontou o Ministério de Relações Exteriores.

Além disso, o Departamento de Estado alega o descumprimento por Moscou do Tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa (Face), que a Rússia abandonou em 2007, fazendo uso de seu direito de impor uma moratória, diante da renúncia dos países membros da Otan a ratificar sua versão adaptada que elimina o desequilíbrio militar resultante da ampliação da Aliança em direção ao Oriente.

O relatório de Washington faz lembrar, ainda assim, segundo o Ministério russo, que os Estados Unidos estão prometendo há anos ratificar o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares mas que "não se vê nenhum passo concreto neste sentido" por parte do país.

Fonte: CubaDebate