Sem resposta do governo, camponeses colombianos mantêm greve 

A greve dos camponeses colombianos do Catatumbo cumpre nesta sexta-feira (19) 39 dias em meio a pressões da força pública para que os manifestantes desbloqueiem as estradas, a espera de respostas do governo para suas demandas.

A tensão nesta zona do norte de Santander, continuou nas últimas horas com enfrentamentos entre os agricultores e membros do Esquadrão Móvil Antidisturbios no município de Tibú, onde foram deslocados cerca de dois mil efetivos, reportou a imprensa local. 

Pela segunda vez, a força de segurança atacou os meios de comunicação que estavam cobrindo a greve, como ocorreu nos primeiros dias com os canais TeleSUR e IndependenciaTV (ITV) e a Agência Prensa Rural.

Na véspera, a polícia agrediu uma repórter dessa agência de notícias alternativa, Verónica Luna, e quebraram sua filmadora. Segundo denunciou a Agência Rural em comunicado, na quinta (18) o jornalista do Colectivo Brecha foi atingido com balas de borracha.

O Ministério Público confirmou que três dos quatro camponeses mortos entre os dias 22 e 25 de junho, em uma das jornadas mais repressivas na cidade de Ocaña desde que iniciou o paralisação, foram causadas com projéteis de armas de fogo.

Ainda não se sabe quando o governo retomará as negociações com os camponeses do Catatumbo, que solicitaram, entre outras coisas, a urgência na criação da Zona de Reserva para impedir o avanço do latifúndio das transnacionais na região e a aplicação de um plano piloto para a substituição gradual de cultivos ilícitos. As autoridades condicionaram o reinicio da mesa ao desbloqueio total das vias e estradas.

Fonte: Prensa Latina