Irã rechaça decisão da UE de classificar ala militar do Hezbolá

O partido libanês Hezbolá “é o reflexo do pensamento revolucionário e a resistência do povo libanês, e negar a sua legitimidade é como opor-se ao pensamento popular do Líbano”, ressaltou, nesta terça-feira (23), Nozar Shafii, membro da Comissão de Segurança e Política Exterior da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã (Mayles). A declaração deve-se à decisão da União Europeia, nesta segunda (22), de incluir a ala militar do movimento de resistência islâmica na lista de “organizações terroristas”.

O parlamentar persa condenou a decisão da UE e assegurou que a política do bloco europeu não mudará a realidade tangível na região.

Além de destacar a luta contra as agressões do regime israelense contra o Líbano, como base filosófica do Hezbolá, o parlamentar tachou de “hostil e hipócrita” a postura adotada pela UE e outros países ocidentais a respeito da medida anti-resistência.

Leia também:
União Europeia inclui ala militar do Hezbolá em lista terrorista
Líbano pede à UE que não inclua o Hezbolá em lista de terroristas
Estabilidade do Líbano depende do diálogo político nacional

Shafii também ressaltou que o Hezbolá está pagando pelo apoio dado à resistência na região. “A presença do Hezbolá na Síria se deve à posição que a resistência ocupou na região e nos países partidários [dela] apoiarão este grupo até o fim”, esclareceu.

“O Hezbolá superou todos os obstáculos do imperialismo durante os últimos anos, e por isso, colocar o nome do braço armado deste movimento na lista das organizações terroristas não mudará a legitimidade [do partido] nem poderá enfraquecer a sua crescente soberania,” concluiu.

Os 28 ministros de Assuntos Exteriores da UE votaram nesta segunda (22) de forma unânime para incluir a ala militar do Hezbolá em sua lista de organizações terroristas, alegando que o movimento estava envolvido no ataque contra turistas israelenses na Bulgária, em julho de 2012.

De acordo com fontes presentes nesta reunião, o Reino Unido, a França, a Alemanha, os Países Baixos e Portugal impulsionaram a proposta de incluir o Hezbolá na lista de organizações terroristas do bloco europeu, mas Israel já se pronunciou defendendo que todo o partido (ou seja, todas as suas alas, inclusive a política, que forma parte importante do governo nacional) seja incluído na lista.

Além disso, estima-se que o apoio do Hezbolá ao Exército sírio na luta contra os grupos armados dentro da Síria levou aos principais patrocinadores dos rebeldes a convencer outros membros da UE a colocar em marcha uma campanha contra o símbolo da resistência do Líbano.

Através desta decisão, segundo analistas políticos, a UE, impulsionada pelos EUA e por Israel, busca frear as atividades da maior agrupação militar não governamental do Oriente Médio, que, após proporcionar uma dura derrota ao regime israelense na última guerra contra o Líbano, em 2006, apoia o governo constitucional da Síria na eliminação dos grupos, inclusive terroristas.

Com informações da HispanTV
Da redação do Vermelho