Egito entra em efervescência mais uma vez: Exército em alerta

O Exército do Egito foi colocado nesta quarta-feira (24) mais uma vez em alerta, depois que o ministro de Defesa, o general Abdel Fattah el-Sissi, pediu manifestações populares contra a violência e o terrorismo.

Pouco depois da transmissão do discurso de El-Sissi, testemunhas disseram à agência cubana de notícias Prensa Latina que um automóvel carregado de explosivos foi detonado na cidade de El-Arish, na região do Sinai, matando seus três ocupantes, de origem desconhecida. Foi o segundo atentado do dia na península oriental egípcia.

Essam al-Erian, membro da direção da Irmandade Muçulmana anunciou em uma coletiva de imprensa que, apesar do que considerou "ameaças do general Al-Sissi", os protestos em apoio ao presidente deposto Mohamed Mursi terão prosseguimento e convocou a realização de uma marcha de um milhão de pessoas em todo o país.

Suas ameaças não evitarão que milhões de pessoas se manifestem contra o golpe, disse Al-Erian, dirigindo-se ao general diante de dezenas de milhares de islamistas concentrados há três semanas no bairro de Cidade Nasser, na região leste da cidade do Cairo, exigindo que Mursi seja reposto em seu cargo. O dirigente depois está detido em local desconhecido.

O porta-voz da Irmandade Muçulmana leu uma lista de pedidos, encabeçada pela reposição de Mursi em seu cargo executivo e o julgamento do general Al-Sissi "por crimes contra a humanidade".

A exortação do ministro da Defesa, feita durante a graduação de oficiais na cidade de Alexandria, foi apoiada pelo Movimento Tamarod (rebelde), patrocinador do abaixo-assinado com 22 milhões de assinaturas pedindo a renúncia de Mursi e organizador dos protestos maciços que provocaram a deposição do ex-presidente.

Por sua vez, o partido salafista Al-Nour, que apoiou a retirada do presidente, anunciou que seus membros se absterão de participar nos protestos de ambos os rivais.

Em um acontecimento separado, o presidente interino Adli Mansur, lidera nesta quarta as sessões de uma reunião de reconciliação, da qual participam o vice-presidente interino Mohamed el-Baradei, representantes da Frente Nacional de Salvação, o Instituto Sunita de Al-Azhar e da igreja copta egípicia, além de intelectuais e sindicalistas.

Fonte: Prensa Latina