Violência no Egito deixa mais mortos entre manifestantes

Pelo menos seis pessoas morreram na manhã desta terça-feira (23) em confrontos entre simpatizantes e opositores do presidente egípcio deposto Mohamed Mursi, no Cairo, capital do Egito. As mortes elevam para dez o número de vítimas da violência nas últimas 24 horas. Os ataques desta manhã ocorreram perto da Universidade do Cairo.

Adly Mansour - Fady Fars / AP

Quatro manifestantes, simpatizantes de Mursi, morreram na noite de segunda-feira (22), após a polícia ter invadido um acampamento de islamitas na Praça do Renascimento, no Cairo, segundo informou a Irmandade Muçulmana, movimento ao que pertence o presidente deposto.

Policiais à paisana e franco-atiradores atacaram os manifestantes acampados na praça, de acordo com a Irmandade Muçulmana. O porta-voz do Ministério da Saúde, Jaled Jatib, confirmou que os confrontos de segunda-feira fizeram dez feridos e, segundo a Irmandade, três deles estão em estado grave.

Jatib acrescentou que também houve feridos em distúrbios na Praça Tahrir, no centro da cidade, e na Praça de Rabea Al Adauiya, a leste do Cairo, onde os islamitas têm outro acampamento.

O Egito está dividido entre partidários e opositores de Mursi, deposto no último dia 3 pelo Exército, após grandes manifestações que pediam a destituição do presidente.

O presidente interino, Adly Mansour, repetiu pedidos por reconciliação em um discurso televisionado nesta segunda: "Nós queremos virar uma nova página no livro da nação", disse. "Sem desprexo, ódio, divisões ou colisões".

Seu discurso marcou o 61º aniversário da derrubada da monarquia no Egito, num golpe que iniciou décadas de governo militar de facto.

A família de Mursi também denunciou o Exército, nesta segunda, em uma coletiva de imprensa, por "sequestrar" o ex-presidente, que tem estado detido sem comunicação há quase três semanas.

Com agências,
Da redação do Vermelho