Cantar a história: 26 de julho na música cubana

Mais que contar, Cuba tem cantado sua história, graças a uma tradição musical tão rica como essa intrínseca rebeldia nacional hoje celebrada pela nação caribenha.

Por Charly Morales Valido

Cuba, 26 de julho

A data de 26 de julho, quando se comemoram os 60 anos dos ataques simultâneos aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, ativa sentimentos patrióticos e também estimula certas musas musicais.

Talvez a primeira seja a Marcha de 26 de Julho, composta por Agustín Díaz Cartaya e gravada clandestinamente em plena ditadura de Fulgêncio Batista e logo convertida em hino da luta.

A igualmente conhecida Marcha da Liberdade resume o avanço até um ideal de paz e prosperidade, invocando o sangue derramado justamente naquele 26 de julho de 1953.

Una década após o triunfo revolucionário de 1959, saiu o disco 26 de julho: os novos heróis, um tributo do movimento Nueva Trova, que incluiu o clássico Canción del elegido. Este tema, composto e interpretado por Silvio Rodríguez, foi dedicado a Abel Santamaría, segundo chefe da chamada Geração do Centenário, e um dos jovens assassinados em Moncada. Um de seus versos mais lembrados, que foi incorporado ao falar popular cubano, conta que o Elegido, símbolo de um homem moralmente novo, "ia matando a canalha com seu canhão do futuro".

Este disco incluiu também Hay un almanaque de 26 e Qué hay, do falecido Noel Nicola, Moncada, de Pablo Milanés, e Todo el mundo tiene su Moncada, também conhecida como Existen, de Silvio. Outra homenagem musical àquela epopeia é Siempre es 26, composta e interpretada por Carlos Puebla, célebre por suas canções Hasta siempre Comandante e Y en eso llegó Fidel. "A consciência e o valor triunfaram sobre o ontem e desde aquele instante para nó sempre é 26", diz o estribilho do ritmo composto pelo chamado Cantor da Revolução.

Moncada inspirou também a arte de Arsenio Núñez, Gasten Allén y César Pedroso, enquanto outra canção também com o título Siempre es 26 foi interpretada pela diva do Buena Vista Social Club, Omara Portuondo. Em Cuba surgiu ainda, faz várias décadas, o grupo Moncada, fundado por músicos da Universidade de Habana, em cujo repertório se destaca o instrumental La Granja Siboney.

Por sua vez a cantora Sara González compôs El programa del Moncada, que interpretou com o Grupo de Experimentação Sonora do Icaic (Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos).

Vídeo e música

Fonte: Prensa Latina