Foro de São Paulo: Partidos latino-americanos debatem integração

A capital paulista sedia, entre os dias 31 de julho a 4 de agosto, o 19º Encontro do Foro de São Paulo. Criado na década de 1990, a partir de um encontro internacional para a articulação de partidos políticos da América Latina e do Caribe, o Foro é um marco e um espaço de debate para as políticas de integração regional, impulsionada por diversos movimentos e governos progressistas.

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De acordo com Valter Pomar, secretário-executivo do Foro de São Paulo, o 19º Encontro ocorre em uma conjuntura histórica marcada pela crise global, pelo declínio da hegemonia dos Estados Unidos, pela emergência de novos polos de poder mundial, pela instabilidade e por conflitos políticos, sociais e militares cada vez mais intensos.

A América Latina e o Caribe sofrem os efeitos desta situação mundial, ressalta Pomar, mas ao mesmo tempo são uma região marcada pela presença de movimentos sociais, partidos políticos e
governos que não apenas têm conseguido reduzir os impactos da crise, como também têm conseguido implementar políticas públicas e colher resultados práticos que constituem inspiração e esperança para amplos setores da humanidade.

Para o secretário-executivo, percebe-se este fôlego na América Latina, onde apesar das vitórias parciais obtidas pela esquerda, as forças conservadoras, neoliberais e capitalistas mantêm
sua hegemonia no terreno econômico-social, o controle das instituições internacionais e do poderio militar, além de conservar o governo nacional em importantes países da região.

Por outro lado, Pomar ressalta que as classes dominantes de cada um de nossos países e o imperialismo investem cotidianamente na luta política e ideológica, na qual pode ser ressaltado o oligopólio da comunicação de massas, atualmente sob um intenso debate. A partir de plataformas como esta, afirma, “buscam, entre outros objetivos, manipular a seu favor as diferenças estratégicas e programáticas existentes entre os governos, partidos e movimentos empenhados no ‘giro à esquerda’ que nosso subcontinente vive desde 1998”.

Diferenças programáticas e estratégicas na América Latina, entretanto, continuam tornando
“particularmente complexo o debate sobre a natureza e o papel dos governos encabeçados por presidentes integrantes dos partidos de esquerda e progressistas de nossa região”, afirma o secretário, que explica: "Para construir respostas adequadas para este tipo de debate, a esquerda latino-americana precisará construir soluções novas, para situações igualmente novas".

E isto começa, segundo Pomar, "enfrentando nosso triplo 'déficit teórico': a análise do capitalismo do século 21; o balanço das experiências socialistas, social-democratas, desenvolvimentistas e nacionalistas do século XX; e a discussão sobre como articular, numa estratégia continental unitária, as diferentes estratégias nacionais e variantes da transição socialista".

Por isso, ressalta, o Foro de São Paulo é um dos espaços onde este debate ocorre. “Um espaço privilegiado, marcado pela diversidade e pelo calor típico dos debates vinculados à ação prática, à disputa concreta, à luta de classes e ao conflito entre governos e Estados”.

Valter Pomar é do Partido dos Trabalhadores (PT), que integra o Foro, no âmbito nacional, juntamente com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Partido Democrático Trabalhista, o Partido Comunista Brasileiro e o Partido Pátria Livre.

Acesse a página do Foro de São Paulo aqui, para a programação do evento, inscrições e declarações dos encontros anteriores.

Com informações do jornal Página 13
Da redação do Vermelho