Egito vive dia de fortes confrontos entre polícia e manifestantes

A cidade do Cairo, capital do Egito, viveu mais um dia de intensos confrontos entre manifestantes islamistas e policiais antimotins, nos arredores da mesquita de Rabaa Al Adawiya, no bairro de Cidade Nasser, de acordo com fontes oficiais.

Os manifestantes leais ao presidente deposto, Mohammed Mursi, lançaram pedras contra as forças de segurança e incendiaram pneus perto das barricadas com arame farpado, levantadas pela polícia para evitar que os manifestantes saiam das áreas que ocupam há um mês, segundo uma nota emitida pela agência de notícias MENA.

Porta-vozes do Ministério da Saúde desmentiram que durante os choques, que começaram sexta-feira (26) à noite, se estenderam toda a madrugada e prosseguem neste sábado (27), tenham morrido mais de 120 partidários da Irmandade Muçulmana (IM, islamistas) e 4.500 tenham resultado feridos.

Os maiores choques ocorreram nesta madrugada, quando os seguidores da IM e de outros partidos islamistas trataram de bloquear, pela segunda vez nesta semana, a ponte 6 de Outubro, uma das principais arterias do Cairo, segundo a versão oficial.

Na ocasião anterior, sete pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas, conforme estatísticas oficiais.

Um porta-voz dos serviços médicos da cidade assegurou que 21 pessoas morreram nos combates de rua de sexta à noite e desta madrugada, enquanto os que foram internados com lesões chegam a 177 pessoas.

Os islamistas atendem a muitas das vítimas em um hospital de campanha montado no complexo da mesquita desde o passado 28 de junho, quando iniciaram uma revolta para proteger o mandatário, deposto pelo Exército em 3 de julho, depois de protestos multitudinários de opositores de diversos grupos, que exigiam sua renúncia.

Na primeira hora deste sábado, o ministro do Interior do governo provisório, Mohamed Ibrahim, anunciou que as autoridades terminarão em breve com as concentrações em Cidade Nasser e na praça An Nahda, próxima à Universidade do Cairo, na província de Giza, ao sul da capital.

Na sexta, centenas de milhares de pessoas voltaram às ruas do Cairo e de outras cidades, em particular do norte do país, em resposta a uma petição de apoio do ministro de Defesa Abdel Fattah el-Sissi para lutar contra o que qualificou de "violência e embrião de terrorismo" em alusão aos protestos da IM.

A Aliança para Apoiar a Legitimidade, uma coalizão islamista recém criada, emitiu um comunicado no qual afirma que seus partidários seguem caminhando para Cidade Nasser e que se manterão na zona até Mursi ser devolvido a seu cargo no Palácio Presidencial.

Fonte: Prensa Latina