Incidente com provas atrapalha decisão judicial do caso Curuguaty

Juíza deve sentenciar os 12 camponeses detidos no Paraguai desde o ano passado, quando 17 pessoas morreram durante um confronto com policiais durante uma ordem de despejo.

Curuguaty - El Observador

A juíza paraguaia Rosa Rios deve emitir, nesta quinta-feira (1º/8), a sentença dos 12 camponeses presos depois do sangrento despejo de Curuguaty. A decisão pode ser pela liberação dos detidos ou pelo  julgamento aberto e público, conforme solicitado pelo Ministério Público.

Os camponeses são acusados de haver armado uma emboscada para os agentes da polícia, que tentavam despejá-los de uma propriedade privada. Além disso, a promotoria pede que eles sejam processados por homicídio doloso e associação criminosa.

O local supostamente invadido é disputado entre o Estado e a família do falecido empresário e ex-líder do Partido Colorado, Blas N. Riquelme. Caso seja provado que as terras pertencem ao Estado, as acusações de invasão de propriedade privada perderiam o efeito.

A audiência preliminar sofreu dificuldades por conta da criticada apresentação de provas do fiscal Jalil Rachid, impugnado sem êxito por seu vínculo familiar e amistoso com latifundiários da região.

Rios ordenou a apresentação dos elementos probatórios que justificam a acusação dos presos depois da solicitação de cancelamento do processo feita pelo advogado de defesa. Descobriu-se então que seis das nove caixas apresentadas como provas não estavam incluídas nos documentos de imputação, o que deveria anulá-las. Nas outras caixas, havia apenas artigos de uso pessoal, garrafas de refrigerante, sementes de coco, papel higiênico e outros similares.

Na noite da última quarta-feira, grupos de ativistas sociais realizaram uma manifestação em frente à residência da juíza Rios exigindo justiça e a libertação dos detidos.

Com informações da Prensa Latina
Da redação do Vermelho