PCdoB assina acordo de cooperação com o PC do Vietnã

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) tem valorizado em sua história de relações internacionais o contato e a cooperação com o Partido Comunista do Vietnã (PCV). Segundo o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, o encontro com uma delegação do PCV em São Paulo – durante a realização do 19º Foro de São Paulo – foi uma grata oportunidade para uma troca fraterna de ideias e informações entre os dois Partidos.

Por Pedro Oliveira, de São Paulo

Além disso, foi nesta ocasião que o PCdoB firmou um acordo de cooperação com o PCV, que já vinha sendo preparado desde a visita a Hanói, em abril deste ano, de uma delegação comunista brasileira ao país irmão Vietnamita.

O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do PCV, Vuong Thùa Phong, chefiou a delegação dos vietnamitas e durante o encontro com os brasileiros relatou as principais questões políticas que hoje preocupam os comunistas no Vietnã.

Disse o dirigente vietnamita que a direção do PCV e do Estado estão aplicando as resoluções de seu 11º. Congresso partidário. Neste período foram realizados sete plenos do Comitê Central do PCV, onde foram debatidos os reflexos da terceira grande crise do capitalismo desencadeada a partir de 2007/2008 nos Estados Unidos e as medidas do Governo para superar os impactos danosos da crise. Neste sentido, foi possível recuperar o crescimento da economia vietnamita em nível de 5% do PIB, com uma inflação em baixa e um índice de aumento dos preços estabilizado.

Segundo o dirigente vietnamita, outro grande desafio enfrentado pelo PCV tem sido em relação à construção partidária. Foi implantado um processo de crítica e autocritica no Partido, desde as instâncias superiores até o nível de base.

Na Assembleia Nacional realizou-se uma criteriosa pesquisa para verificar como estava o rendimento e o comportamento dos mais altos dirigentes do Partido em todos os organismos, desde o chefe de Estado, o Secretário Geral do Partido, o presidente da Assembleia Nacional até os dirigentes distritais, em todas as aldeias e municípios do país. Através deste levantamento foi possível conhecer como estava o sentimento do povo em relação aos seus dirigentes partidários e de Estado. Outra questão que se procurou sistematizar é a opinião popular sobre as mudanças na Constituição do Vietnã — atualmente em debate no país — sobre o papel do PCV na direção do país, sobre a importância de submeter o Exército ao comando partidário, e sobre reformas estruturais de grande importância para a Nação.

Para Vuong Thùa Phong, um tema igualmente relevante é a orientação da política externa do Vietnã. Hoje seu país mantém relações com mais de 200 organizações políticas e Partidos Comunistas em 115 países. O Vietnã participa de um conjunto de Organizações Internacionais destinadas à cooperação na região do sudeste asiático como a ASEAN, Associação de Nações do Sudeste Asiático, da Associação dos Partidos Políticos da Ásia, (que por sinal realizou sua reunião do bureau político em Hanói recentemente), entre outras organizações.

O PCV está esperando a visita já anunciada pelo governo brasileiro da presidenta Dilma Rousseff ao Vietnã ainda para este ano, e a qualquer momento que ela possa os vietnamitas estarão preparados, em Hanói, para um encontro presidencial de alto nível. É que – segundo o dirigente vietnamita – na definição de prioridades das relações internacionais do Estado e do governo comunista está o Brasil em lugar de destaque.

Ao final do encontro, depois que o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, da mesma forma que o dirigente vietnamita, expôs a opinião do Partido sobre a situação brasileira e o quadro internacional, houve o momento de assinatura solene dos acordos entre os dois Partidos, lavrados na base dos princípios de independência, soberania, igualdade, interesses e benefícios mútuos, respeito entre as partes e não intervenção nos assuntos internos de ambos os Partidos. Assim, os dois dirigentes se comprometeram a intensificar e impulsionar as relações bilaterais para que se tornem cada vez mais profundas, eficientes e eficazes.

Do encontro participaram também pela parte brasileira o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, o secretário de Planejamento, Ronald Freitas, o membro do Comitê Central André Bezerra e o secretário Geral da Abraviet, Associação de Amizade Brasil-Vietnã, Pedro de Oliveira.