Bachelet retoma campanha eleitoral no Chile

A campanha eleitoral no Chile entra em um novo capítulo, depois da volta da ex-presidenta Michelle Bachelet, que durante sua estada em Nova York recebeu a notícia oficial de que sua nova rival de direita será a ex-ministra do Trabalho Evelyn Matthei.

Michelle Bachelet

Segundo informou o comando de campanha de Bachelet, a ex-presidenta (2006-2010) e candidata pelo pacto Nueva Mayoría, retoma nesta segunda-feira (5) suas atividades para as eleições de novembro, depois de passar duas semanas em Nova York.

A ex-presidenta chegou na última sexta-feira (2) a Santiago, e teve um debate limpo e de qualidade com Matthei.

Bachelet, favorita para ganhar as eleições, diz esperar que a candidatura de sua rival de direita permita um intercâmbio de ideias, o que em sua opinião é o mais importante para todos os chilenos.

Durante a estadia da ex-presidenta em Nova York, a aliança governamental de direita – integrada pela partidos União Democrata Independente (UDI) e Renovação Nacional (RN) – foi obrigada a procurar um candidato presidencial, em uma corrida contra o relógio, devido à inesperada renúncia de seu então pré-candidato, Pablo Longueira, entrando em um quadro de depressão.

A UDI indicou Matthei e a RN, que fazia questão de indicar seu candidato, o ex-ministro de Defesa Andrés Allamand, decidiu finalmente e no meio de disputas internas, desertar sua tentativa e apoiar a ex-ministra de Trabalho do governo Piñera.

Não obstante, ainda falta o Conselho Nacional da RN, previsto para 10 de agosto, se pronunciar oficialmente sobre a candidatura de Matthei.

O chamado de Bachelet segue na mesma linha que o pedido feito recentemente pela porta-voz de seu comando, Javiera Blanco, quem instou Matthei a debater "olho no olho" os temas sensíveis para a cidadania.

As palavras de Blanco aparecem depois da candidata de direita ter criticado a forma em que Bachelet reagiu aos saques na cidade de Concepción depois do terremoto de fevereiro de 2010.

"Eu não teria esperado 48 horas quando estavam saqueando Concepción. Teria enviado os militares na hora", exclamou Matthei.

Frente a isso, Blanco disse que a postura da ex-titular de Trabalho deve se enfocar em "uma campanha limpa, fair play e de propostas programáticas".

A porta-voz enfatizou que não devem entrar no jogo de desqualificações, já que não é o espírito do que queríamos, menos ainda em um tema sensível como o relacionado com as sequelas do terremoto.

Um questionário realizado pela consultora Imaginacción, Rádio Cooperativa e pela Universidade Central revelou há dois dias que 76,9% das pessoas consultadas considera que Matthei será derrotada por Bachelet. Só 20,5% considera que a candidata da direita ganhará.

Uma pesquisa anterior, realizada pela Universidade do Desenvolvimento, indicou que Bachelet receberia 39% dos votos, contra 25% de Longueira, o então candidato de direita.

O questionário colocou em terceiro lugar o candidato do Partido Progressista, Marco Enríquez-Ominami, com sete porcento, seguido do independente Franco Parisi (seis porcento), e de Marcel Claude, pelo Partido Humanista (dois porcento).

Fonte: Prensa Latina