Novo presidente do Irã toma posse e critica política de sanções

Neste domingo (4), Hassan Rouhani assumiu o cargo de presidente da República Islâmica do Irã, para o qual foi eleito recentemente. Representantes de vários países do mundo estiveram na cerimônia de posse, inclusive o chanceler brasileiro, Antônio Patriota, e ministros de vários países africanos, com quem o chanceler iraniano Ali Akbar Salehi se reuniu. Já nesta segunda-feira (5), Rouhani designou como vice-presidente a Esaq Yahanguiri.

Hassan Rouhani - AFP / Behrouz Mehri

Rouhani emitiu declarações com otimismo a respeito da cooperação do seu futuro governo, a serviço do povo persa e do sistema da República Islâmica, baseando-se na lei, na moderação e nas instruções morais da nova administração, que trabalhará sob o lema de “perspicácia e esperança”, informa a agência iraniana de notícias HispanTV.

O vice-presidente designado por Rouhani, com base na Constituição persa, já foi membro do Parlamento, governador provincial e ministro de Indústria e Minas, e tem tendência política reformista, de acordo com a agência persa.

Já o ex-presidente Mahmud Ahmadinejad foi designado pelo Líder Supremo da Revolução Islâmica, o aiatolá Sayed Ali Khamenei, nesta segunda-feira (5), como membro do Conselho de Discernimento do Sistema da República Islâmica de Irã, um alto organismo do Estado.

Ainda no domingo, o ministro de Assuntos Exteriores do Irã, Salehi, reuniu-se com os altos representantes de vários países africanos, como Burundi, Níger e Togo, que viajaram a Teerã, capital persa, para participar na cerimônia.

Salehi, durante o encontro com o seu homólogo do Burundi, Laurent Kavakure, mostrou o otimismo do país persa sobre o desenvolvimento das relações entre ambos os países, além de agradecer o país africano por apoiar a postura da República Islâmica do Irã ante a comunidade internacional, especialmente a respeito ao direito do país persa ao uso pacífico da energia nuclear.

O Irã enfrenta sanções impostas por países como os Estados Unidos desde a Revolução de 1979, mas estas barreiras tornaram-se ainda mais intensas depois que Ahmadinejad reiniciou o programa nuclear do país, acusado de ter objetivos bélicos, o que fez a ONU aprovar um pacote que impôs novas restrições a partir de 2006.

Durante o seu pronunciamento ao parlamento na capital Teerã, Rouhani disse que: "se você quer uma reposta adequada, você não deveria falar a linguagem das sanções, mas sim a linguagem do respeito", ao criticar a política de sanções impulsionada pelos Estados Unidos, em detrimento das declarações dos persas sobre a disponibilidade para as negociações, ainda que afirmem ter apenas objetivos civis com seu programa nuclear.

O novo líder do Irã já nominou seu gabinete de governo, que inclui como ministro das relações exteriores o ex-membro representativo da ONU no país, Mohammad Javad Zarif, também considerado moderado, característica que tem sido ressaltada nos membros do novo governo, inclusive Rouhani, para a avaliação da possibilidade de uma mudança nas relações entre a ONU, os Estados Unidos e o Irã.

Com agências,
Da redação do Vermelho