Cristina Kirchner encabeça debate no Conselho de Segurança da ONU

Nesta terça-feira (6), a presidenta argentina, Cristina Kirchner, encabeça o primeiro debate aberto sobre a relação da Organização das Nações Unidas (ONU) com organizações regionais pela paz. No Conselho de Segurança, ela pretende estimular este organismo a uma maior cooperação para a manutenção e realização dos processos pacificadores.

Cristina Kirchner

A Argentina assumiu o comando do Conselho na semana passada, pelo prazo de um mês, durante o qual tentará orientar o debate à proteção dos civis nas zonas de conflito e à ajuda para a reconstrução do Haiti, segundo informou a embaixadora argentina na ONU, María Cristina Perceval, em uma entrevista à imprensa.

“Discutiremos como trabalhar juntos no Conselho de Segurança e em diversas organizações regionais e sub-regionais, com o objetivo de manter a paz e a segurança no mundo”, disse María Cristina.

Outro objetivo da presidenta Kirchner é manter a estabilidade na América Latina e no Caribe. Durante o conclave, o ministro de Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, presidente temporário a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC) e a chefa da diplomacia peruana, Eda Rivas, como titular de turno a União de Nações Sul-americanas (UNASUL), fazem exposições no debate.

Também participam deste encontro, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o chanceler argentino, Héctor Timerman, e o chefe da diplomacia brasileira, Antônio Patriota. Além dirigentes da Liga Árabe, da União Africana, da Organização de Estados Americanos, da Associação de Estados do Sudeste Asiático e da União Europeia.

Em nota no portal da Presidência, a embaixadora disse também que a Argentina irá trabalhar para que “todos sejam uma única voz" e para que a ONU responda à grave crise humanitária na Síria e por uma solução ao conflito nesse país. Segundo ela, a guerra na Síria "ocupa, preocupa e compromete" ao máximo órgão de decisão.

Com respeito ao conflito territorial sobre as Ilhas Malvinas, a embaixadora disse que "todos" sabem que é um tema de soberania que seu país enfrenta com o Reino Unido, mas que não corresponde ao Conselho de Segurança se pronunciar ao respeito, já que se debate no Comitê de Descolonização de Nações Unidas.

A presidência do principal órgão de decisões das Nações Unidas estava nas mãos dos Estados Unidos. Em 31 de agosto, a Argentina cederá o posto à Austrália.

Esta é a nona vez que a Argentina faz parte do Conselho de Segurança. A primeira vez foi em 1948-1949 e a última tinha sido em 2005-2006. Em outubro, o país foi escolhido em uma votação na Assembleia Geral, junto a Ruanda e a Austrália, para participar novamente do órgão no biênio 2013-2014.

Encontro de Cristina Kirchner, Antônio Patriota e Luis Alberto Moreno

O chanceler argentino Héctor Timerman deu alguns detalhes do encontro que a presidenta argentina teve, na noite da última segunda-feira (5), com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, e com o titular do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno.

Timerman relatou que Cristina e Patriota conversaram sobre a "situação da América Latina e o excelente momento que está vivendo", o qual será refletido quando "Argentina presida o Conselho de Segurança (da ONU) com a presença de 14 chanceleres".

O ministro disse à Cristina que "via como um gesto realmente digno de admiração, a ação dos cinco chanceleres da América do Sul, membros do Mercosul, que juntos foram discutir o tema de Evo Morales e da espionagem (dos Estados Unidos) com o secretario geral" da ONU, Ban Ki-moon, que os recebeu nesta manhã.

Timerman ressaltou a oportunidade que a Argentina tem de abordar os problemas de todos os países latino-americanos diante do Conselho, "muitos deles que são responsabilidade dos nossos próprios povos, como a espionagem, as drogas e o tráfico de armas”.

“Será uma jornada interessante, na qual a América Latina terá a oportunidade de ser porta-voz do Conselho de Segurança, nem mais, nem menos que o órgão máximo responsável pela garantia da paz e segurança no mundo”, concluiu.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina

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