Celac participa pela 1ª vez de debate no Conselho de Segurança

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), presidida temporariamente pelo ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, pode participar pela primeira vez dos debates do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Parrilla iniciou seu discurso, proferido na terça-feira (6), agradecendo a presidenta argentina, Cristina Kirchner, – que comanda o Conselho – pelo convite para o debate aberto. 

O chanceler cubano afirmou que “a história da América Latina e Caribe mudou”. Segundo ele, depois de duzentos anos de independência, por fim é possível sustentar o ideal da “Nação de Repúblicas”, de Bolívar, e da “Nossa América”, de José Marti.

“Dotamo-nos de instituições que nos permitem fomentar a unidade na diversidade. Integramos e discutimos, entre nós mesmos, os assuntos que nos são próprios. Solidarizamo-nos uns com os outros para resolver os problemas que ainda pesam sobre a nossa região”, disse Parrilla sobre a maneira como os países latino-americanos se unem em prol do povo.

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Ele lembrou também que “nos propusemos a desenvolver e viver em paz, protegendo a dignidade humana, preservando e enriquecendo nossa cultura”.

Ao falar sobre o trabalho da Celac, destacou as visões comuns no desenvolvimento social, educação, saúde, meio ambiente, energia e finanças. Ressaltou ainda que a Comissão trabalha coletivamente em questões como cooperação, desarmamento nuclear, combate à corrupção, agricultura, ciência e tecnologia e informou que os países do organismo criaram um mecanismo dentro da ONU que permite a participação conjunta nos debates das distintas comissões para que seja apresentada uma posição de consenso.

O ministro cubano fez questão de citar um trecho da Declaração de Caracas, no qual recordou que cada nação tem o direito de “construir em paz e livremente seu próprio sistema político e econômico, assim como no marco das instituições correspondentes de acordo com o mandato soberano de seu povo, os processos de diálogo, intercambio e negociação política”.

Ainda citando o parágrafo 23 da Declaração, ele disse que “os processos de diálogo, intercâmbio e negociação política devem realizar-se levando em conta os seguintes valores e princípios comuns: respeito ao Direito Internacional, a solução pacífica de controvérsias, a proibição do uso e da ameaça do uso da força, o respeito da autodeterminação, o respeito à soberania, o respeito à integridade territorial, a não ingerência nos assuntos internos de cada país, a proteção e promoção de todos os direitos humanos e democracia”.

Já sobre a manutenção da paz, Parrilla lembrou que a Celac considera que para chegar à estabilidade e prevenir a recorrência de conflitos é necessário fortalecer a perspectiva estratégica, integral e coordenada da presença da ONU no terreno.

Nas Nações Unidas, a Celac declarou em várias oportunidades sua visão comum sobre alguns dos principais desafios para a manutenção da paz e da segurança internacional e a prevenção de conflitos.

“É hora de que nossa região participar do ‘equilíbrio do mundo’, com todo o peso de seus quase 600 milhões de cidadãos que buscam a igualdade de oportunidades”, concluiu Parrilla que exaltou os trabalhos da América Latina nesse sentido.

Ao finalizar sua participação no debate, o chanceler deixou claro que “Nas Nações Unidas, a Celac já começou a incursionar com força” e completou, “Nossas posições comuns em numerosos tópicos de interesse para a comunidade internacional são prelúdio de nossas possibilidades”.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Cuba Debate