Justiça: propina da Siemens foi de 8 milhões de euros no Brasil

A Justiça alemã concluiu que a Siemens pagou pelo menos 8 milhões de euros, o equivalente a R$ 24,4 milhões, a dois representantes de funcionários públicos brasileiros, como parte de um amplo esquema de corrupção em contratos públicos no Brasil.

Os dados fazem parte da investigação conduzida por promotores em Munique e que resultou na condenação, em 2010, da empresa alemã ao pagamento de uma multa bilionária. O caso brasileiro, segundo a Justiça alemã, ajudou a comprovar o esquema internacional de corrupção da multinacional.

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O caso brasileiro, segundo a Justiça alemã, ajudou a comprovar o esquema internacional de corrupção da multinacional. 

​Documentos que a Siemens apresentou à Justiça no Brasil mostram a ação de dois consultores para a manutenção do cartel e a fraude nos cofres do governo de São Paulo entre 2001 e 2002, durante o primeiro mandato do tucano Geraldo Alckmin. Trata-se dos irmãos Arthur e Sérgio Teixeira – já falecido -, proprietários das empresas Procint e Constech.

Arthur foi procurado pelo Estado em seu escritório em São Paulo, mas estava viajando. Na investigação sobre a Siemens, foi constatado que o dinheiro enviado ao Brasil entrava no País por meio de contas abertas no Uruguai.

Em Montevidéu, consultorias recebiam o dinheiro da Siemens, antes de transferir os recursos para as contas dos brasileiros. A prática segue um padrão mundial de pagamento de propina pela Siemens. Uma consultoria emite notas por um trabalho e a empresa paga. Na verdade, o trabalho não existia e o dinheiro seguia para o bolso de agentes públicos ou lobistas.

A Siemens reafirmou nesta terça (6) que colabora com as investigações do caso.


Com informações O Estado de S. Paulo