Aos 76 anos, UNE se sente mais nova do que nunca

No ano de 2013, o Brasil descobriu que é um adolescente, um jovem de cartaz improvisado na mão e rosto pintado, um sonhador que escreveu seu futuro na cartolina e foi pra rua mudar aquilo que está aí. Completando seus 76 anos neste domingo, 11 de agosto, no clima das históricas manifestações que tomaram a agenda nacional nos últimos meses, a União Nacional dos Estudantes (UNE) se sente mais nova do que nunca.

Quem afirma é a presidenta da entidade, Vic Barrros, aluna de Letras da Universidade de São Paulo (USP), eleita no início do mês de junho, logo no início de toda a moblilização das ruas. Com a responsabilidade de catalisar os desejos de mudança da juventude, ela afirma que o momento é de grande otimismo.

“Se em uma vida humana 76 anos podem representar um estado de velhice, para a UNE o passar dos anos é um eterno recomeço dos nossos maiores sonhos e da nossa jovem vitalidade”, relata, justificando o compromisso da atual gestão da entidade em fazer com que os jovens permaneçam nas ruas e façam avançar pautas como a aprovação do Plano Nacional de Educação e dos 10% do PIB para o setor.

“Quem não entende a onda de manifestações de 2013 provavelmente não conhece as lutas dos movimentos sociais de juventude, nos últimos anos, em defesa do transporte público, da educação, da cultura, da mudança na política. Os jovens brasileiros são, atualmente, os que mais entendem que nosso país está ainda em fase de crescimento, está apenas começando, e quem leva o conjunto da sociedade adiante sempre é a juventude organizada em luta. Qualquer livro de história atesta isso, ainda somos os mesmos e os acontecimentos deste ano são uma prova incontestável”, analisa.

Jornada de lutas é presente de aniversário

O presente dos estudantes brasileiros no aniversário de 76 anos da UNE chega na próxima terça-feira, 13 de agosto, quando tem início a Jornada de Lutas da Juventude Brasileira com o Dia Nacional de Ocupações. Em Brasília e várias capitais do país, uma ação organizada da UNE, da UBES, da ANPG e diversas UEEs irá tomar prédios públicos, universidades e as ruas, dando visibilidade às principais reivindicações da juventude.

“Nossa preocupação é impedir retrocessos na luta pelo financiamento da educação pública brasileira, pressionar o Congresso Nacional em relação aos royalties e recursos do pré-sal para o setor, envolver mais gente na questão da assistência estudantil, da regulamentação do ensino privado, são temas urgentes que, de certa forma, trazem a resposta para quase todas as outras insatisfações que temos visto por parte da sociedade”, diz Vic Barros.

Ela também avisa que esta Jornada de Lutas de 2013 reforçará a posição da UNE no combate ao machismo e à homofobia. “Pela primeira vez, as três principais representações estudantis, de universitários, secundaristas e pós-graduandos, estão simultaneamente presididas por mulheres. Há uma relação cada vez mais forte e legítima do movimento estudantil com as grandes demandas do movimento feminista”, explica.

A Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, que teve sua primeira etapa no último mês de março, seguirá até o fim de agosto, em construção conjunta com entidades como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terrra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Pastoral da Juventude, Fora do Eixo, grupos ligados à questão racial, da diversidade sexual, meio ambiente, transporte e cultura.

Confira como foi a posse da nova diretoria: