Judiciário do Egito estende detenção do presidente deposto

O Judiciário do Egito anunciou, nesta segunda-feira (12), que estenderá o período de detenção do presidente deposto pelo Exército, Mohammed Mursi, por mais 15 dias, pendente de uma investigação sobre a sua “colaboração” com o Hamas, movimento de resistência islâmica que controla a Faixa de Gaza palestina, em um evento ocorrido em 2011, quando o país ainda era governado pelo ex-presidente Hosni Mubarak.

Manifestações no Cairo - AFP / Gianluigi Guercia

Mursi, deposto em 3 de julho e detido em seguida, foi colocado sob prisão em 26 de julho, através das acusações sobre sua ligação com o partido e grupo militante islâmico de Gaza.

O ex-presidente também será questionado sobre o envolvimento com o Hamas no episódio em que delegacias de polícia foram atacadas e fugas de prisioneiros foram organizadas, em 2011, quando os detidos islamistas e outros prisioneiros políticos escaparam, durante uma revolta contra o então presidente Hosni Mubarak.

As acusações contra Mursi estão sendo investigadas por uma corte da capital egípcia, Cairo, que também investiga como os prisioneiros conseguiram escapar.

Na altura, Mursi, um líder proeminente da Irmandade Muçulmana (grupo islamista transnacional de que o seu Partido da Liberdade e Justiça é parte) e cujo paradeiro agora é mantido em segredo, afirmou a uma televisão local que os egípcios tinham ajudado os prisioneiros a escapar.

Algumas das acusações contra Mursi, anunciadas ainda em julho, foram de “espionagem”, “incitação à violência”, e “prejuízos à economia”, embora a corte não tenha informado quem fez estas alegações.

Em 23 de junho, a corte afirmou que militantes do Hamas facilitaram a escapada dos detentos durante o levante de 18 dias que derrubou do poder o ex-presidente Mubarak, enquadrado no que ficou conhecido como “Primavera Árabe”.

Ainda nesta segunda, apoiadores do presidente deposto fizeram uma marcha na capital, Cairo, e desafiaram o ultimato do governo interino para o desmantelamento dos seus enormes acampamentos de protesto.

Centenas de manifestantes, com bandeiras egípcias e imagens de Mursi marcharam enquanto as tensões aumentaram, com a ameaça de um embate com as autoridades.

Os simpatizantes de Mursi, liderados pela Irmandade Muçulmana, fizeram protestos de “sentadas” na capital e fizeram manifestações quase diariamente em todo o país, contra a deposição do ex-presidente.

Com informações do portal Al-Akhbar,
da redação do Vermelho