Parentes de libaneses raptados por rebeldes na Síria protestam

As famílias de nove peregrinos libaneses mantidos reféns por integrantes dos grupos armados que atuam no conflito da Síria ameaçaram interditar uma estrada que leva ao aeroporto da capital do Líbano, Beirute, mas o ministro do Interior Marwan Charbel afirmou, nesta segunda-feira (12), que não acredita que os familiares dos reféns cumprirão a ameaça, já que o fechamento do aeroporto não os ajudaria em seus esforços para libertar seus parentes.

Líbano - AFP / Anwar Amro

“Não acredito que recorrerão a este método, porque ao invés de expressar simpatia por eles, iremos contra eles”, afirmou o ministro, citado pela agência de notícias estatal.

As famílias dos nove reféns raptados há mais de um ano e mantidos em cativeiro na Síria pelos grupos armados já tinham ameaçado fechar a estrada para o aeroporto, para pressionar o governo a negociar a libertação do grupo.

Entretanto, as tensões aumentaram sobre o assunto após homens armados terem raptado pilotos da Turquia, que viajavam pela estrada, nesta sexta-feira (9). As suspeitas logo aumentaram sobre a participação das famílias dos peregrinos libaneses, mas elas negaram envolvimento no sequestro.

Um grupo antes desconhecido, autodenominado Zuwwar Imam al-Rida, reivindicou a autoria do sequestro dos dois pilotos, e afirmou que a Turquia “é diretamente responsável” pelo desaparecimento dos nove libaneses na Síria.

As famílias dos peregrinos, que estavam voltando de uma viagem ao Irã quando foram sequestrados na Síria, no ano passado, pediram reiteradamente a libertação dos seus parentes, enquanto acusaram a Turquia de negligência. O país é acusado de ter envolvimento direto com grande parte dos grupos armados que atuam na Síria, através de financiamento, armamento e envio de combatentes.

Enquanto isso, as autoridades turcas fecharam o centro cultural e um escritório comercial em Beirute, “como uma medida de segurança”, de acordo com o embaixador da Turquia no Líbano, Inan Ozyildiz, em declarações dadas à agência AFP nesta segunda.

Ozyildiz disse também que os escritórios da empresa Turkish Airlines (linhas aéreas turcas) têm operado desde o Aeroporto Internacional de Beirute desde maio, ao invés de operar desde o seu edifício no centro da capital libanesa, por causa dos diversos protestos das famílias dos viajantes sequestrados.

Depois do sequestro de sexta, dos dois pilotos turcos, o Minstério de Relações Exteriores da Turquia advertiu os cidadãos turcos para evitarem viajar ao Líbano, e para deixar o país caso já estejam lá. Ozyildiz, por outro lado, disse saudar “medidas tomadas pelos serviços de segurança do Líbano para proteger os interesses turcos” na capital libanesa.

Com Al-Akhbar,
Da redação do Vermelho