Morre na Alemanha Lothar Bisky, ex-líder do Die Linke

Lothar Bisky, um dos ex-comunistas que reformou o antigo Partido Socialista Unificado da Alemanha (SED), dirigente da Alemanha Democrática, faleceu nesta terça-feira (13) de causas não reveladas, segundo anunciou em Berlim Gregor Gysi, líder do Die Linke, atual formação de esquerda na alemã à qual pertencia Bisky.

Em 2012 Bisky havia deixado seu cargo de deputado do Parlamento Europeu por questões de saúde.

O dirigente foi um dos que liderou a reforma do ex-partido comunista da RDA com a criação do Partido do Socialismo Democrático (PDS) e posteriormente sua fusão com um grupo dissidente do Partido Social Democrata Alemão, levando à criação do Partido da Esquerda (Die Linke).

Bisky nasceu na Pomerânia, agora território polonês, em 17 de agosto de 1941. Sua família se estabeleceu na Alemanha Federal com o fim da guerra, em 1945. Quando completou 18 anos, Bisky, assim como centenas de outros jovens, mudou-se para a Alemanha Democrática, porque considerava que seu futuro seria melhor por conta de um estado onde a educação era totalmente gratuita.

Ele foi aceito no SED em 1963, atuando mais tarde como reitor da Universidade para Cinema e Televisão de Berlim, no bairro de Babelsberg.

Após a anexação da Alemanha Democrática pela Alemanha Federal em 1990, e com a queda da direção do SED, Bisky tornou-se líder do recém-criado Partido do Socialismo Democrático, reorganizado no território da extinta RDA, de 1993 até 2000 e novamente de 2003 a 2007.

Bisky foi eleito para o parlamento alemão em 2005. No entanto, não pôde cumprir o mandato porque foi acusado de "ser informante" do Ministério do Interior da Alemanha, acusação que é utilizada contra a maioria dos habitantes do então território oriental quando entram em evidência contra o sistema.

Em 2007 foi um dos líderes partidários que negociou a fusão com um grupo dissidente dos reformistas alemães do Partido Social Democrata, criando assim o atual Partido de Esquerda, o qual liderou de 2007 a 2010.

Bisky atuou também no Parlamento Europeu, liderando a bancada do bloco de exquerda até sua saída em 2012. Também foi editor do Neues Deutschland, antigo jornal do SED e que foi "privatizado" após o colapso do socialismo na Alemanha Democrática.

Deixou esposa e dois filhos, o artista plástico Norbert Bisky e o escritor Jens Bisky. Seu terceiro filho, Stephan Bisky, caçula, morreu em 2008.

Com agências