Egito divulga balanço oficial de 343 mortos em protestos recentes

O Ministério da Saúde do Egito divulgou nesta quinta-feira (15) um balanço oficial, para informar que 343 pessoas morreram nesta semana, nos confrontos entre manifestantes e forças policiais. Desde junho, os protestos voltaram a ser frequentes no Egito. Ativistas favoráveis e contrários ao presidente deposto pelo Exército, Mohamed Mursi, se enfrentam nas ruas do Cairo e das principais cidades egípcias. As agências de notícias, entretanto, mencionam números superiores a 500 mortos.

Protestos no Egito - Reuters

Os protestos mais intensos ocorreram entre esta terça (13) e quarta (14). O Brasil e representantes de vários países condenaram a violência no Egito. Para algumas autoridades, a forma como as forças policiais combatem os protestos é considerada um massacre.

Além disso, segundo o balanço oficial, entre os mortos há também 43 policiais. Nos últimos dias, as forças de segurança invadiram os acampamentos dos ativistas favoráveis a Mursi, destruíram barracas e carros. Também há registros de ataques diretos às pessoas.

Alegadamente em resposta à violência, o governo interino do presidente Adly Mansour decretou o estado de emergência e o toque de recolher, por um mês, no Cairo e em mais 13 regiões.

A onda de violência levou à renúncia do vice-presidente Mohamed El-Baradei, que disse que sua consciência estava perturbada com a perda de vidas, principalmente pelas mortes poderiam ter sido evitadas. Apesar do número oficial divulgado, diversas agências de notícias relatam um número de mortos superior a 500 pessoas.

O presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Exterior do Parlamento do Irã (Mayles), Alaedin Boruyerdi, disse que "a atual situação que o Egito vive beneficia os Estados Unidos e o regime de Israel", com quem o Egito teve relação estreita durante o regime do ex-presidente Hosni Mubarak (deposto em 2011) e também anteriormente.

O parlamentar iraniano, após condenar a violência extrema dos últimos dias, nos últimos acontecimentos registrados no país africano, afirmou que o Cario não deve permitir a intervenção de outros.

Entretanto, também o governo da Turquia, que recentemente também foi condenado pela repressão violenta contra manifestações de civis, condenou a violência do Egito como uma "grave matança" O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, solicitou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas organizasse uma reunião urgente, para "analisar a situação" do Egito.

Além de seu próprio contexto interno, a Turquia também é acusada de envolver-se no conflito sírio, que já dura mais de dois anos, com o abastecimento de armas, financiamento e envio de mercenários aos grupos armados contrários ao governo do presidente da Síria, Bashar Al-Assad.

Atualizada às 12h04

Com agências,
Da redação do Vermelho