Israel e Palestina discutem agendas para negociações sem os EUA

A segunda rodada de negociações entre as equipes de negociação de Israel e da Autoridade Nacional Palestina terminou nesta quarta-feira (14) à noite, após cinco horas de discussões. Uma autoridade israelense disse que a reunião foi longa e séria, e que os dois lados marcaram um terceiro encontro para os próximos dias. Apenas palestinos e israelenses participaram, sem um enviado dos Estados Unidos, que têm mediado as negociações e também os processos passados.

Tzipi Livni, Isaac Molho e Saeb Erekat - Escritório de Imprensa de Israel

A retomada de diálogos foi anunciada pelo secretário de Estado norte-americano John Kerry, após reuniões extensas com palestinos e israelenses.

Uma autoridade israelense afirmou, entretanto, que os dois lados preferiram conduzir a reunião sem os norte-americanos, e que informariam o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Martin Indyk, sobre os detalhes resultantes. De acordo com a fonte israelense, os norte-americanos podem participar da próxima reunião, que acontecerá na próxima semana, em Jericó ou Ramallah, ambas as cidades na Cisjordânia palestina.

Ainda não houve declarações oficiais para a mídia nem ocasião para fotografias, em uma situação de “baixo perfil”, que é recorrente em “processos de paz” conturbados, como o israelense-palestino. Segundo a fonte israelense, o objetivo é que os dois lados possam se focar nas conversações, sem a pressão da mídia e das repercussões negativas da sua cobertura simplista.

Os participantes da reunião foram a ministra da Justiça, Tzipi Livni, chefe da equipe israelense das negociações, o representante do primeiro-ministro, o advogado Isaac Molho, de um lado, e do outro, o chefe da equipe negociadora palestina, Saeb Erekat, e o membro do Fatah, o maior partido representado na Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Mohammed Shtayyeh.

Durante a reunião, as partes conversaram sobre as diretrizes gerais para as negociações e sobre as respectivas agendas. Cada lado também apresentou suas posições em alguns dos assuntos.

As conversações foram retomadas apesar dos protestos veementes entre grupos palestinos e israelenses, os primeiros sobre os contínuos anúncios de Israel sobre a expansão de colônias em terras palestinas, por exemplo, e os segundos, por não concordarem com a libertação de prisioneiros palestinos e, inclusive, alguns, por defenderem a colonização sionista.

Nesta terça-feira (13), Israel iniciou o processo de libertação de uma lista de 104 prisioneiros palestinos já anunciada, e libertou 26 pessoas, para “demonstrar boa-vontade para com as negociações”, embora também tenha anunciado, no domingo (11), a construção de 1.200 novas unidades habitacionais em colônias judias na Cisjordânia e em Jerusalém Leste.

Com informações do Ha'aretz,
Da redação do Vermelho