Deputado Amazonas quer incluir Caio Prado Jr. ao nome da FAPESP 

O deputado estadual Alcides Amazonas (PCdoB-SP) protocolou projeto de lei, na Assembléia Legislativa, propondo a inclusão do nome do intelectual marxista Caio Prado Junior como complemento à denominação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

caio prado

Se aprovada a iniciativa, o órgão passaria a chamar Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Caio Prado Junior, reconhecendo o papel do líder da bancada comunista na Casa (legislatura de 1947) para a criação da mesma e o fomento à pesquisa.

A justificativa do projeto de lei faz um resgate histórico da atuação política do autor de Formação do Brasil Contemporâneo, obra clássica da histografia brasileira. “Participou da Aliança Liberal que apoiou Getúlio Vargas em sua candidatura à Presidência da República, em 1930, que chegou ao poder por meio de uma revolução no mesmo ano. Em 1931, tornou-se membro do Partido Comunista do Brasil, à época sob a sigla PCB, o que marcaria sua carreira política daí por diante (…). Mantendo-se ativo na militância comunista, elege-se deputado estadual por São Paulo, ocupando a liderança da bancada de seu Partido na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo”.

Filho de abastada e tradicional família paulista, Caio Prado foi também professor universitário, autor de diversos livros, fundadador da Editora Brasiliense e da Revista Brasiliense, editada de 1956 a 1964.

Caio Prado Junior e a FAPESP

Como parlamentar, o intelectual comunista foi pioneiro na defesa da regulamentação do artigo 123 da nova Constituição paulista, que estabelecia que o amparo à pesquisa científica fosse propiciado pelo Estado, por intermédio de uma Fundação – iniciava-se a luta que culminou na criação da atual instituição de fomento que orgulha o estado de São Paulo.

Caio Prado Junior, em 3 de outubro de 1947, em nome da bancada comunista, apresentou o Projeto de Lei 248/47, que tratava da criação da Fundação Paulista de Pesquisas Científicas. Mesmo com a mobilização dos parlamentares comunistas e o apoio da comunidade científica, a vitória só seria concretizada em 1960, sob o governo Carvalho Pinto, com a promulgação da Lei Orgânica 5918, instituindo a FAPESP.

A FAPESP hoje

Com recursos anuais que chegam a 1% da receita tributária do estado e autonomia garantida por lei, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo é uma das maiores e mais respeitadas agências do gênero. Segundo dados divulgados no site da instituição, em 2012, foram destinados por ela R$ 368 milhões para o financiamento de bolsas no país e no exterior, além de R$ 437 milhões para auxílio regular à pesquisa e projetos temáticos.

De São Paulo, Fernando Borgonovi