Atentados no Líbano buscam desestabilizar a Resistência
O portal Al-Akhbar divulgou detalhes sobre planos de grupos extremistas no Líbano para atingir a Resistência no país, refletida do partido e movimento islâmico Hezbolá, que tem atuações fundamentais na defesa da soberania nacional e forma parte do governo. Explosões da passada quinta-feira (15) levantou diversas hipóteses e análises sobre a conjuntura regional, e neste sábado (17), o portal continua publicando informações sobre os ataques.
Publicado 17/08/2013 16:01

Desde que o Hezbolá anunciou que estava envolvido nas batalhas no interior da Síria, ao lado do Exército e contra grupos armados, compostos em grande parte por mercenários estrangeiros e islamitas radicais, agências da Resistência têm feito estimativas sobre a possível reação contra o movimento e seus apoiadores.
O Hezbolá esperava que os grupos armados de oposição ao governo sírio disparassem foguetes desde as regiões fronteiriças contra Baalbeck e Hermel, ao sul do país, onde o movimento tem grande presença, e que precisaria tomar medidas para impedir ou dificultar tais ataques. As previsões incluíam também o ataque a províncias no interior do Líbano, e o Exército libanês também tinha informações a respeito das atividades de grupos ligados à rede Al-Qaeda neste sentido.
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Entretanto, o Exército do Líbano tem sido criticado por alguns membros da Aliança 14 de Março, especialmente do Movimento do Futuro, que afirmou que não há grupos assim presentes no território libanês. Entretanto, o Exército manteve suas medidas preventivas, e foi diretamente atacado por esses grupos (que tinham esconderijos secretos na cidade de Ersal) diversas vezes.
De acordo com o portal Al-Akhbar, ainda, estes grupos foram encobertos por alguns membros da classe política e pela mídia (que por vezes justificava os crimes e atentados, por exemplo, ao culpar o Hezbolá por ataques que ocorriam nos redutos destes grupos).
Além disso, qualquer tentativa das autoridades de entrarem em Ersal ou alguns campos de refugiados palestinos (em que alguns palestinos envolveram-se com os grupos extremistas) seria logo censurada pelos mesmos políticos e mídia, sem mencionar a campanha sem precedente contra o Exército libanês logo após os incidentes de Abra, ao leste de Sidon. Neste episódio, 16 soldados libaneses foram mortos por membros de um grupo liderado pelo xeique extremista Ahmad al-Assir, que também envia combatentes para lutar contra o governo sírio.
Ataques com foguetes contra Beirute, a capital libanesa, também se sucederam, em diferentes distritos. Mas a segurança relaxada, de acordo com o portal árabe, permitiu aos agressores o retorno a essas áreas, para missões de reconhecimento e transferência de armas entre Bekaa, Beirute e Sidon, além dos campos de refugiados palestinos, em preparação para novos ataques.
Depois de um ataque a bomba em julho, o Exército israelense aumentou suas atividades contraterroristas. Informações foram compartilhadas e avaliadas diariamente com a Resistência. Em contraste, o Escritório de Informações as Forças de Segurança Interna continuou imóvel, e não fez esforços sérios, apesar de ter sido requisitado para assistência tanto pela inteligência do Exército quanto do Hezbolá, segundo o portal.
Ainda assim, em três semanas muitas informações foram recolhidas tanto pelo trabalho investigativo quanto por causa dos erros cometidos pelos agressores, informa Al-Akhbar. Os resultados preliminares tornaram possível identificar e apreender vários suspeitos.
“Após a explosão no bairro de Roueiss, no subúrbio de Beirute, o comandante do Exército achou necessário tomar medidas práticas para pressionar as partes envolvidas a assumirem responsabilidades”, explica. O ministro de Defesa Fayez Ghosn deu uma declaração com o resumo das informações obtidas e verificadas pelo Exército sobre as circunstâncias dos ataques terroristas.
A decisão foi difícil e contrapôs-se à campanha contínua da Aliança 14 de Março contra o Exército, com a intensificação dos confrontos e um relatório sobre a intenção do Movimento do Futuro de dificultar missões de reconhecimento ou operações de segurança em Ersal e Majdal Anjar, na região de Bekaa, no leste do Líbano.
O portal Al-Akhbar informou que, segundo as fontes envolvidas nas investigações, as informações obtidas indicam que o grupo que disparou foguetes contra os subúrbios do sul é um grupo islamista palestino liderado por Ahmad Taha. A Organização para a Libertação da Palestina e o movimento de resistência islâmica Hamas já haviam declarado anteriormente serem contrários ao envolvimento dos palestinos nos confrontos do Líbano e da Síria, e que a posição desse grupo não reflete a posição do povo palestino.
O grupo encarregado de preparar e detonar carros-bomba em Dahiyeh (um subúrbio no sul de Beirute, predominantemente xiita) e na estrada foi identificado pelo Exército libanês, e o ministro da Defesa mencionou os nomes de alguns membros em uma declaração dada nesta sexta (16).
Um dos suspeitos mais importantes é H. al-Houjeiri, cujo grupo levou grandes quantidades de explosivos e detonadores a Beirute, em julho. Entretanto, vários grupos revindicam responsabilidade pelos ataques em Dahiyeh, cujos autores são os mesmos da explosão desta quinta (15), em Roueiss, segundo os investigadores.
Entre os líderes estariam um palestino, um sírio e um saudita, suspeitos de afiliação a um grupo operado pelos serviços de segurança de um grande Estado do Golfo, de acordo com as informações difundidas pelo portal Al-Akhbar.
Com Al-Akhbar,
Da redação do Vermelho