General dos EUA rechaça eventual intervenção militar contra Síria

“Apoiar os grupos opositores armados que lutam contra o Governo da Síria não favorece os Estados Unidos”, declarou nesta quarta-feira (21) o chefe de Estado Maior Conjunto dos Estados Unidos, general Martin Dempsey, que disse também que, se o presidente Bashar Al-Assad fosse derrotado, não haveria grupos moderados preparados para gerir o poder no país árabe.

“Na Síria de hoje, não se trata de eleger entre duas partes, mas de eleger entre muitas. Creio que o lado que escolheremos deve estar preparado para promover seus interesses e os nossos quando a balança penda para o seu lado. Neste momento, não estão”, afirmou.

Além de manifestar a sua oposição à eventual presença militar dos Estados Unidos na Síria, Dempsey insistiu em que “a capacidade militar estadunidense pode modificar o balanço de poder na Síria, mas não pode resolver a base histórica de problemas étnicos, religiosos e tribais que alimentam o conflito”.

Anteriormente, Dempsey referiu-se ao pedido de alguns senadores pela criação de uma zona de exclusão aérea na Síria (como foi feito com a Líbia, pela Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan), a favor dos grupos armados, e disse que esta medida requereria usar centenas de caças da Força Aérea dos EUA e um financiamento de cerca de US$ 1 bilhão por mês, ainda sem garantias de “eficácia”.

No caso de uma zona de exclusão aérea imposta por forças externas, sua manutenção consiste em interditar os voos aéreos sobre uma zona determinada, e os aviões que pretendam sobrevoar esse território têm que pedir autorização antes de descolar. Sem essa autorização, são considerados aviões inimigos e podem por isso ser abatidos.

Damasco, além de fazer frente aos grupos armados, muitos dos quais responsáveis por atos terroristas, sofre a ingerência externa por parte de países ocidentais e regionais, que advogam pela derrubada do Governo do presidente Bashar Al-Assad, e enviam apoio financeiro e bélico aos grupos.

O mandatário sírio indicou, em maio, a presença de mercenários provenientes de quase 30 países diferentes, e denunciou que a ingerência externa é o fator detonante do início e para a manutenção dos distúrbios graves que vive o país.

Com informações da HispanTV