Irmandade Muçulmana e coalizão convocam protestos no Egito

No Egito, a Coalizão Nacional para a Defesa da Legitimidade convocou novas manifestações para esta sexta-feira (23), com o fim de rechaçar o “golpe militar”, como classificam a destituição do presidente Mohamed Mursi pelo Exército, em 3 de julho. Ainda nesta quinta-feira (22), as forças de segurança do governo interino detiveram mais um membro da Irmandade Muçulmana, à qual Mursi pertence.

Irmandade Muçulmana - HispanTV

Em um comunicado, a Coalizão convocou os apoiadores de Mursi e da Irmandade Muçulmana, a tomar as ruas na que ficou denominada de “sexta-feira dos mártires”, e assegurou que resistirá até “derrubar o golpe militar sangrento e injusto”.

Os simpatizantes de Mursi anunciaram, em diversas ocasiões, que não deixarão de protestar, até que o ex-presidente volte ao poder. Mursi foi o primeiro presidente eleito no país norte-africano após a queda do regime de Hosni Mubarak, que ficou mais de 30 anos no poder, em 2011.

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Na semana passada, devido aos confrontos entre militares, policiais e manifestantes, na que ficou conhecida como a “sexta-feira da ira”, no Cairo, 173 pessoas foram mortas e outras 1330 ficaram feridas, segundo a média dos balanços.

Nesta quinta, as forças de segurança egípcia prenderam o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Ahmad Aref, de acordo com a emissora egípcia Al-Masriya.

A detenção veio a seguir às de diversos outros líderes da Irmandade, que têm sido presos desde a deposição de Mursi, pelo Exército. O próprio ex-presidente segue detido, apesar de questionamentos internacionais (ainda que superficiais).

Safwat Hegazi, membro da Irmandade; Murad Ali, porta-voz do Partido Liberdade e Justiça (ligado ao grupo); e Mohamad Badie, guia religioso da Irmandade, também foram detidos nesta semana.

As detenções são as medidas mais recentes de uma série adotada pelo Governo interino contra a Irmandade Muçulmana, acusada de buscar desestabilizar o país após a derrubada do presidente Mursi.

Neste contexto de escalada de violência, o ex-presidente interino Mohamed El-Baradei, que pediu demissão após ocupar o cargo por apenas um mês, no dia 14 de agosto, será acusado por "traição de confiança" e julgado, devido à sua decisão de renunciar. El-Baradei deixou o país rumo à Áustria no começo da semana.

O caso, movido por um professor de direito egípcio, será ouvido no tribunal do Cairo no dia 19 de setembro, informaram fontes judiciais nesta terça-feira (20).

Com agências,
Da redação do Vermelho