Não há acordo e greve na educação continua no Rio

O movimento dos profissionais de educação das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro está cada vez mais forte. Os servidores estão em greve desde o dia 8 de agosto, já realizaram muitas assembleias e grandes passeatas, na luta por melhores condições de trabalho, por maiores salários, e por valorização profissional. O poder público ainda não chegou a um acordo com os professores e a greve continua.

Professessores em greve no Rio de Janeiro

Nesta terça-feira (20), profissionais de educação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, fizeram uma passeata, que teve início no Clube Municipal, na Tijuca, e foi até o Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova. O ato reuniu mais de 20 mil servidores da rede municipal.

A passeata começou logo após a realização da assembleia da categoria que aprovou a continuidade da greve e nova assembleia, marcada para próxima sexta (23). O ginásio do Clube Municipal já estava lotado, por volta das 10h, quando a assembleia começou. Como um grande número de profissionais não conseguiu entrar no Clube, a direção do SEPE pediu compreensão a todos e procurou realizar os trabalhos com celeridade. Após a votação pela continuidade de greve, os profissionais se dirigiram até à Prefeitura.

O ato público na porta da prefeitura exigiu a reabertura das negociações. Uma comissão do SEPE, reuniu-se durante a manifestação com o Secretário Chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho e com o Subsecretário de Gestão, Paulo Figueiredo,e, após mais de duas horas de discussões, a comissão retornou e apresentou o informe de que o secretário se comprometeu a rediscutir as seguintes reivindicações: Presença do SEPE no Grupo de Trabalho que vai discutir a propostade plano de cargos e carreira unificado (PCCS);Redução do período de conclusão do GT PCCS de 90 dias para 60 dias; Direito de origem dos profissionais na escola (extinção da Resolução 03);Carteira funcional para funcionários de escolas;Eleição para diretor de escola;Abertura de negociações com a SME dos pontos pedagógicos, com a presença da secretária Cláudia Costin (1/3 de planejamento; a questão do professor de Línguas; a reestruturação das escolas; diminuição da carga horária dos funcionários, entre outros);Formalização da Data base da categoria em maio.

Nesta quarta-feira (21), foi realizada uma assembleia dos servidores da educação da rede estadual. Os profissionais das escolas estaduais decidiram pela continuidade da greve da categoria. Cercade mil profissionais das escolas estaduais participaram da plenária, que também decidiu que a próxima assembleia da categoria será realizada na próxima terça-feira (27), nas escadarias da Alerj, a partir das 14h.

Antes da assembleia,a categoria vai se concentrar, a partir do meio dia, na Cinelândia para fazer uma passeata até a Alerj, onde se realizará anova plenária para discutir os rumos da greve.

Segundo o sindicato, a decisão de continuar a greve se deu porque o governo do estado ainda não avançou no processo de negociação com a categoria e se mantém irredutível na determinação de lançamento de código 30 (falta) para os profissionais que estão fazendo a paralisação, mesmo sem o julgamento da greve na Justiça, o que, segundo oSEPE, configura a arbitrariedade da decisão tomada pela SEEDUC para reprimir o movimento. A rede estadual, entre outros pontos,também reivindica a retirada do vetodo governador à emenda da categoria no decreto 2.200, que determinava 1 matrícula, 1 escola para os professores; reajuste de 28%; 1/3 para planejamento entre outras reivindicações.

Na parte da tarde, os profissionais da rede estadual se dirigirão para a Alerj, onde será realizado ato unificado com os profissionais do município do Rio, profissionais da FAETEC e da UERJ.

Os servidores da FAETEC, representados pelo Sindicato dos Profissionais da Educação da FAETEC (SINDPEFAETEC), também estão em intenso movimento, já estão paralisados desde o dia 12 de agosto. Entretanto, os profissionais estão tendo o seu movimento reprimido pela direção da FAETEC, que ameaça cortar o ponto dos servidores que estão lutando por seus direitos. o SINDPEFAETEC, divulgou uma nota que trata do assunto. Veja aqui

Confira as principais reivindicaçõesda rede municipal:
– Reajuste de 19%;
– Plano de Carreira Unificado;
– 1/3 da carga horária para planejamento;
– Melhoria das condições de trabalho nas escolas, creches e Espaço do Desenvolvimento Infantil (EDIs);
– Fim da Meritocracia.

Confira as principais reivindicações da rede estadual:
– Reajuste de 28%;
– Melhores condições de trabalho;
– 30 horas semanais para funcionários;
– Democracia nas escolas – eleição para diretor de escola;
– Fim do plano de metas e do projeto Certificação;
– A derrubada do veto do governador Sérgio Cabral ao artigo do Projeto de Lei 2.200, que garante uma matrícula de professor em apenas uma escola.