Vereadores instalam Comissão da Verdade de Vitória da Conquista
A Câmara de Vereadores do município de Vitória da Conquista, na região sudeste da Bahia, deu início aos trabalhos da Comissão Municipal da Verdade, em uma audiência pública realizada na última quinta-feira (22/8). Na primeira sessão, a Casa Legislativa prestou uma homenagem às vítimas locais da ditadura militar de 64.
Publicado 23/08/2013 11:41 | Editado 04/03/2020 16:16
Além de vítimas e familiares, também estiveram presentes no encontro o jornalista e ex-preso político Emiliano José; o vice-presidente da Comissão da Verdade e da Memória da OAB, Rui Medeiros; o presidente da Comissão Especial da Verdade da Assembleia Legislativa do Estado (AL-BA), deputado Marcelino Galo; o prefeito Guilherme Menezes (PT) e outras lideranças locais.
Para Emiliano José, que tem livros publicados sobre as violações de direitos humanos durante o regime, a ampliação do número de comissões é bastante positiva para o objetivo de revelar “os maiores crimes cometidos no país”. Na última terça-feira, o Governo da Bahia deu posse aos membros da Comissão Estadual da Verdade (CEV), que vai trabalhar conjuntamente com as comissões municipais.
“Conquista se ergueu contra a ditadura, tem um povo extraordinário que não se dobra. A audiência mostrou o que foi a ação do ônibus da morte, que transportou os presos políticos em 1964. A comissão estadual estará à disposição para revelar as atrocidades do regime militar em Conquista”, discursou Emiliano.
A Comissão da Verdade da Câmara de Vitória da Conquista é uma iniciativa do vereador Florisvaldo Bittencourt (PT). Para o edil, o instrumento pretende, além de reconhecer as atrocidades cometidas naquele período, também garantir às novas gerações o direito de acessar a verdadeira história, até para que ela não se repita.
“O dia 22 de agosto de 2013 ficará marcado na memória da cidade. O ato é uma revisão histórica, mostrando que o que aconteceu não pode se tornar poeira, pois violências foram praticadas por um regime brutal”, defendeu o vereador.
Entre os casos já pautados na comissão, está a tomada do mandato do ex-prefeito José Pedral Sampaio, pelos militares. Pedral foi eleito em 1962, empossado em 63 e deposto em 1964, ano do golpe, permanecendo apenas um ano à frente da Prefeitura.
De Salvador,
Erikson Walla
*Colaborou Ascom/ Câmara de Vereadores de Conquista