Conselho de Segurança não chega a consenso sobre Síria

Nesta quarta-feira (28), os cinco membros permanente do Conselho de Segurança da ONU com poder de veto (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) debateram com portas fechadas um projeto de resolução britânico sobre a Síria.

Os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU analisaram com seus governos o esboço de projeto sobre a Síria apresentado pelo Reino Unido, que propunha o uso da força naquele país, segundo informaram fontes diplomáticas. O encontro entre os cinco permanentes se encerrou sem avanços e simplesmente ficou acertado que o documento será enviado para cada país para que os governos teçam suas considerações.

A reunião foi realizada em Nova York, com portas fechadas e por iniciativa dos Estados Unidos. O esboço britânico incluía a possibilidade de usar a força contra Damasco. Durante a sessão a representante permanente dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Samantha Power, insistiu no uso de "medidas imediatas" contra a Síria.

Em um primeiro momento, informações confusas apontavam que China e Rússia teriam abandonado a reunião, e inclusive o representante sírio na ONU, Bashar Jaafari, também fez referência à participação de apenas três membros do Conselho.

A Síria considerou ilegal a sessão do Conselho de Segurança da ONU, já que da reunião teriam participado "apenas três membros do CS", segundo declarou o representante da Síria na organização. Entretanto, representantes da delegação russa explicaram que foram os primeiros a sair uma vez terminada a reunião.

"A reunião terminou. Algumas delegações decidiram ficar no recinto para tratar seus assuntos. Foi isso. Não houve nenhum abandono por parte da Rússia ou da China", explicaram os representantes da parte russa no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Horas antes, o premiê britânico, David Cameron, indicou que o seu país tinha "elaborado um esboço de resolução que condena o ataque com armas químicas por parte do governo de Al-Assad e autoriza as medidas necessárias para proteger os civis". Em 28 de agosto, durante todo o dia, os países puderam apresentar perante o Conselho de Segurança seus esboços de resoluções sobre a Síria.

A Rússia e a China, que têm direito de veto no organismo internacional, se manifestam de forma categórica contra o uso da força militar na Síria.

As autoridades russas expressaram que era inoportuno falar sobre a reação do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no país árabe até que os inspetores das Nações Unidas apresentem seu relatório.

O suposto ataque químico em Guta, bairro oriental de Damasco, realizado em 21 de agosto, detonou uma verdadeira avalanche de declarações de vários países membros da Otan de que estavam considerando intervir militarmente na Síria sem uma autorização da ONU.

Enquanto isso, o Ocidente deixava claro, com sua retórica, que já está preparado para tomar medidas contra a Síria sem a aprovação da ONU, da mesma maneira que fez em 1999 em Kosovo.

O vice-chanceler russo, Guennadi Gatílov, declarou que isso seria uma grave violação do direito internacional. Segundo fontes da administração estadunidenses, citadas pela emissora de televisão Fox News, Washington pode "tomar medidas" na Síria na noite de sexta para sábado (31).

Fonte: Russia Today