China e países do sudeste asiático debatem cooperação securitária

A China e os 10 membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) programaram conversações sobre um código de conduta no Mar do Sul para setembro, de acordo com declarações emitidas nesta quinta-feira (29), após uma reunião entre os membros e as autoridades chinesas. Foram abordados temas como a integração econômica regional, trocas em segurança e defesa e a cooperação marítima regional, "sem apoio estrangeiro".

Chanceler chinês Wang Yi - AFP

Sobre o Mar do Sul da China, na semana passada, o chefe de Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA Martin Dempsey e o chefe de Estado-Maior do Exército das Filipinas, Emmanuel T. Bautista, fizeram uma declaração conjunta em Washington, dizendo que os dois países se esforçarão para garantir a navegação livre na região do sudeste da Ásia.

Para esse efeito, os EUA vão ampliar a sua presença nas instalações militares nas Filipinas, mas em contraposição, Yang afirmou que a navegação do sudeste asiático nunca foi influenciada por disputas de soberania territorial e interesses marítimos, e que espera que os envolvidos não aproveitem a "navegação livre" da zona marítima para perseguir seus próprios objetivos.

No primeiro dia da conferência ministerial da Asean, nesta quinta (28), o secretário de Defesa dos EUA Chuck Hagel encontrou-se com seus homólogos, representantes dos 10 membros da associação, em Brunei. Além disso, manteve encontros bilaterais com várias autoridades, representantes do Japão, da Coreia do Sul, do Vietnã, de Brunei, de Myanmar e da China.

O Ministério da Defesa chinês comentou a breve conversa que o conselheiro de Estado e ministro da Defesa da China, Chang Wanquan, e o ministro da Defesa japonês, Onodera Itsunori, tiveram nesta quarta-feira (28), na véspera da abertura da reunião dos ministros da Defesa dos países da Asean, em Brunei. De acordo com o porta-voz do Ministério, Wanquan disse a Itsunori que está na hora do Japão corrigir a sua postura provocadora. 

Entretanto, o ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi disse a repórteres que as disputas na região não devem definir a relação da China com os países da Asean, e que eram capazes de manter a paz sem apoio estrangeiro, em referência à presença da Marinha estadunidense.

O chanceler chinês disse ter pedido aos membros da associação expectativas realistas, que não imponham seus interesses sobre outros e que impeçam a interferência de países extra-regionais.

A Reunião de ministros de Defesa da Asean (ADMM, na sigla em inglês) é o mais alto mecanismo de Defesa dentro da associação, e facilita a discussão entre os ministros, para a troca de perspectivas sobre questões de segurança e dos desafios da região.

A associação é formada por Brunei, Laos, Camboja, Myanmar, Vietnã, Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia, mas a reunião foi composta também pelos representantes da Índia, da China e dos Estados Unidos e outros vizinhos da região Ásia-Pacífico.

Com agências,
Da redação do Vermelho