Obama deve pedir ao Congresso aprovação da intervenção na Síria

Ante a participação dos Estados Unidos em um possível ataque militar contra a Síria, parlamentares norte-americanos pressionam o presidente Barack Obama pela discussão do assunto no Congresso. Um grupo bipartidário (entre republicanos e democratas) enviou uma carta ao presidente, nesta terça-feira (27), instando-o a buscar permissão legal para uma intervenção militar, já que tomar a medida sem o aval do Congresso seria uma violação da Constituição.

Collin Powell - AFP

A missiva, que conta com a assinatura de 33 parlamentares, foi escrita pelo senador republicano do estado de Virgínia, Scott Rigell, que afirmou que a participação militar na Síria, “quando não existe qualquer ameaça direta para os Estados Unidos, e sem a autorização prévia do Congresso, violaria a separação de poderes claramente definida na Constituição”.

De acordo com a assessoria de Rigell, a maioria dos signatários da carta é de republicanos, mas senadores democratas, como Beto O’Rourke, Gene Green, Zoe Lofgren e Peter DeFazio estão no grupo.

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O senador Rigell assegurou, em entrevista, que pediu diversas vezes uma consulta ao Congresso antes do emprego da força militar, e que se opôs a ataques similares levados a cabo contra a Líbia, em 2011.

Da mesma forma, o senador republicano, Devin Nunes, e o democrata Tim Kane também advertiram contra uma intervenção militar estadunidense contra a Líbia.

Nunes ressaltou ainda ser necessário uma “evidência conclusiva” de que o governo do presidente sírio, Bashar Al-Assad, tenha utilizado armas químicas, e que tenha sido o único a fazê-lo (em referência às acusações que pesam também sobre os grupos armados atuantes na Síria).

Kaine, por outro lado, afirmou que Washington deveria suspender uma intervenção ao menos até que esteja claro que há uma “ameaça iminente para a segurança dos Estados Unidos”.

Entretanto, a argumentação a favor da intervenção passa mais pelo pretexto “humanitário”, que tem sido usado frequentemente para legitimar ações militares e securitárias de ingerência nos assuntos internos de diversos países, principalmente sem consideração pela soberania e pela disposição, como no caso do governo sírio, para um diálogo político interno e internacional.

Além disso, a equipe da ONU enviada ao país para a investigação sobre o uso de armas químicas, a pedido do governo sírio, ainda não concluiu os seus trabalhos, embora haja já evidências fornecidas pelas autoridades nacionais e por investigadores russos sobre o recurso em posse de grupos paramilitares que atacam as forças oficiais.

Assim mesmo, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, em entrevista à emissora britânica BBC, assegurou que as forças armadas estadunidenses estão "preparadas" para a intervenção militar.

Com agências,
Da redação do Vermelho