Manifestantes egípcios violam o toque de recolher

Participantes nos protestos pelo retorno ao poder do presidente Mohamed Mursi violaram hoje nesta capital o toque de recolher imposto das 19 às 6 horas, pelo governo interino em 14 das 27 províncias.

A medida de exceção disposta para um mês em 14 de agosto passado pelo executivo interino instalado pela junta militar que exerce o poder real é violada por manifestantes partidários do ex-governante, eleito nas eleições de junho de 2012.

As concentrações convocadas na quinta-feira (29) para toda a população do país pela coalizão Aliança para a Defesa da Legitimidade (ADL) surpreenderam hoje por seu aparecimento nas mais insuspeitadas partes das cidades, sobretudo na capital.

Os manifestantes protestam em lugares como o Palácio Presidencial e parecem ter aperfeiçoado em suas convocações a descrição dos lugares de reunião, até agora anunciados com tempo e ocupados pela Polícia antes que eles.

A tensão aumentou no Cairo, em especial no bairro central de Mohandessin e na avenida do mesmo nome, onde centenas de manifestantes permaneciam de pé depois do toque de recolher das 19 horas e as forças policiais se alinhavam frente a eles.

Os choques violentos entre ambas as partes, recrudescidos em 14 de agosto passado com o desalojamento pela força de duas concentrações na capital, causam já mil mortos, milhares de feridos e mais de 400 detentos, sobretudo da Irmandade Muçulmana (IM).

Essa organização, que lidera a ADL junto a mais outros 33 grupos partidários de Mursi, é a principal organizadora das marchas e protestos desta sexta, convocadas com a pretensão de que se tornassem uma "intifada" ou levantamento popular.

Fonte: Prensa Latina