Pútin adverte Ocidente sobre medidas unilaterais contra a Síria

Em meio à crescente ameaça de uma intervenção militar na Síria, o presidente da Rússia, Vladimir Pútin, advertiu o ocidente nesta quarta-feira (4) para que não adote medidas unilaterais contra este país árabe.

No caso de existirem provas do suposto uso de armas químicas pelo Exército sírio, as medidas punitivas devem ser apresentadas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, afirmou Putin para logo precisar que a Rússia tem compromissos com seus contratos militares com o governo de Damasco.

Putin afirmou que forneceu alguns componentes do sistema de defesa contra mísseis S-300 para a Síria, mas cancelou novas entregas. O mandatário sugeriu, no entanto, que pode vender o sistema para outras nações se os países ocidentais atacarem a Síria sem o apoio do Conselho de Segurança da ONU.

O presidente russo fez esses comentários durante entrevista para a agência Associated Press e à emissora de televisão russa Canal 1 em sua residência nos arredores de Moscou – a única que concedeu antes da cúpula do G-20 que se inicia nesta quinta-feira (5) em São Petersburgo.

O encontro, que supostamente deveria se concentrar na economia global, deve ser dominado pela crise síria e o suposto uso de armas químicas pelo governo de Damasco contra a própria população.

O presidente russo lamentou o cancelamento do encontro que teria com Barack Obama antes do início da cúpula do G-20, mas expressou esperança de que os dois tenham sérias discussões sobre a Síria, entre outras, durante o encontro em São Petersburgo. “O presidente Obama não foi eleito pelo povo americano para ser simpático com a Rússia. E seu humilde servo (se referindo a si mesmo) não foi eleito pela população russa para ser simpático com alguém também”, comentou Putin sobre a relação com o colega americano.

O líder da Rússia disse que seria um “absurdo” que o governo do presidente Assad – um aliado de Moscou -, usaria armas químicas em um momento em que estava detendo as forças rebeldes.
“Do nosso ponto de vista, parece absolutamente um absurdo que as Forças Armadas, que estão na ofensiva hoje e em algumas áreas encurralaram os chamados rebeldes e estão os derrotando, nessas condições elas começariam a usar armas químicas proibidas, percebendo que isso poderia servir de pretexto para a aplicação de sanções, incluindo o uso de força”, afirmou

Com agências