Luciano destaca a unidade viva do partido no lançamento das teses

“Nosso Partido valoriza muito a teoria, as ideias e proporciona ao militante a oportunidade de expressar sua compreensão da realidade concreta, o seu modo de compreender as ideias essenciais do partido conforme suas circunstâncias, seu nível de maturidade e a sua própria trajetória de militância e o momento do Congresso pode privilegiar o exercício do debate no partido”, afirmou o presidente do Comitê Municipal do PCdob do Recife, vice-prefeito Luciano Siqueira. 


Fotos: Jaime José

Ele abriu oficialmente o ato de lançamento do Caderno de Teses do 13º Congresso Nacional comunista, na segunda-feira (2).

“Com todo respeito aos demais partidos do Brasil, uma peculiaridade do PCdoB é que em nosso partido não há grupos, não há correntes organizadas, não há tendências. Em nosso partido, cada um militante, exercendo o direito igual a qualquer outro militante, terá liberdade de expor seu pensamento individualmente e no período do Congresso não apenas de viva voz em nossas reuniões de base, nas conferências municipais, mas também na Tribuna de Debates, que é publicada na internet pelo Portal Vermelho e no site específico do PCdoB”, explicou.

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Luciano destacou ainda a unidade do PCdoB especialmente nos dias atuais. “Isso, sobretudo, após o extraordinário salto qualitativo alcançado pelo partido no 12º Congresso, tanto do ponto de vista programático, elucidando de maneira clara uma questão que nos inquietava há décadas, que era como que, mantendo o rumo, o objetivo estratégico de alcançarmos o socialismo no Brasil, como que, nas lutas cotidianas, nos desafios conjunturais, nas tarefas que estão postas na ordem do dia, acumular forças em função desse objetivo estratégico, que vem a ser o conteúdo do programa do partido que não será alterado neste congresso e que foi aprovado no congresso passado”.

“Esse programa, por ter se convertido no instrumento de trabalho concreto, não apenas em um enunciado de proposições de longo prazo, é a referência que nós utilizamos para examinar o conteúdo das duas teses, sobretudo, a primeira tese que se foca em uma análise das transformações ocorridas no Brasil na última década e também o grau de maturidade que nós alcançamos ao aprovarmos o documento Política de Quadros, que elevou a um patamar superior a compreensão da construção do partido”, disse.

“Esses dois elementos, sobretudo, a partir desse salto qualitativo que nós alcançamos no 12º Congresso cada vez mais nós praticamos a unidade, a coesão do partido, sem, contudo, considerar que a unidade deva ser cinza, amorfa, sem vida. É uma unidade viva, que nos unifica em torno do essencial e nos permite compartilhar com nuances, com diferenciações, no modo de cada um compreender determinado problema, determinada questão, e assimilar a linha essencial do partido. É nesse espírito que nós vamos ouvir o camarada Haroldo Lima”, ressaltou o dirigente comunista.

Compreender o Brasil

Ao encerrar a reunião, Luciano chamou atenção para três elementos da exposição de Haroldo Lima. “Trata-se de elementos constitutivos da nossa tese número 1, cuja apreensão é fundamental para que nós possamos compreender o que se passou neste Brasil nesses últimos dez anos”, destacou.

“O primeiro, é que tudo o que Haroldo falou se dá em um contexto de transição da ordem neoliberal, que Lula encontrou, para outro projeto de desenvolvimento do país que, embora, tenha avançado tanto tem também, como Haroldo mencionou, muitas insuficiências, até equívocos, e, além de tudo, a ideia de um novo projeto não está completamente desenhada, está sendo construída no processo.”

“E essa transição entre o que nós encontramos e o que nós queremos é um processo complexo, contraditório, que se dá sob uma luta permanente entre os que perderam duas vezes para Lula, que perderam para Dilma e querem o retrocesso à ordem neoliberal. Essa rede ainda tem força, tem a mídia, o mecanismo do Estado brasileiro permite que eles encontrem formas de resistir quando que o novo que chega batalha muito para tentar se consolidar e dá seqüência à transição que está em curso”, explicou o vice-prefeito.

“O outro elemento é que partir de Lula nós recolocamos o Estado brasileiro em um papel decisivo, dado que é uma questão chave dessa transição. O Estado indutor do desenvolvimento econômico, o Estado objeto de transformações, com as reformas estruturais que Haroldo mencionou e a democratização do Estado, elemento fundamental para que nós possamos ir adiante nesse processo”.


Platéia acompanhou atentamente os pronunciamentos

“O terceiro é a correlação de forças. Lembro-me que antes da posse, Lula esteve no Recife e depois do almoço a conversa girou sobre a complexidade da situação econômica e financeira do país, das dificuldades que ele ia enfrentar para gerir a economia do país. ‘Vamos ter de avançar, mas vamos ter de avançar sabendo o tamanho das pernas’, disse Lula na ocasião. O problema é que até hoje o tamanho das pernas não é na dimensão que nós queremos, porque o próprio Lula se elegeu duas vezes sem fazer maioria nem na Câmara nem no Senado daí a necessidade de fazer muitos acordos para obter maioria, sem o que não poderia governar. No caso de Dilma, ela se elegeu com maioria no Senado e na Câmara, mas uma maioria que se examinada de per si é majoritariamente conservadora. A esquerda faz parte dessa maioria parlamentar, mas é minoritária na base de sustentação do governo”.

Luciano ressaltou a importância desses elementos para o futuro do Brasil. “O ano que vem o povo brasileiro vai decidir se continua com esse movimento de transformação ou se para e dá o retrocesso. Essa decisão é fundamental. Então, nós vamos ter uma grande batalha da qual nós precisamos sair com a presidência da República e com bancadas federais no Senado e na Câmara, além de governadores, para ter na correlação de forças pernas de tamanho suficiente para nós continuarmos a dar o passo que queremos. Essa é uma tarefa de todos nós, da nossa militância, dos nossos aliados, de todos aqueles que querem ajudar a aprofundar as mudanças no país”, afirmou.

Alanir Cardoso, presidente estadual do PCdoB; o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros; Antonieta Trindade, vice-presidente do Sintepe; Heleno Santos, da CTB-PE; George Braga, secretário de Esportes e Copa do Mundo do Recife; Thiara Milhomens, presidente da UJS-PE; Almir Fernando, vereador do partido; José Bertotti, secretário executivo de Ciência e Tecnologia de Pernambuco; e outros dirigentes e militantes participaram do ato de lançamento do Caderno de Teses no Recife.

Do Recife
Audicéa Rodrigues