EUA apelam para relações com o Brasil ao abordar espionagem

A conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice encontrou-se com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, nesta quarta-feira (11), em Washington, para discutir as questões da espionagem e responder às exigências de esclarecimento feitas pela presidenta Dilma Rousseff.

Dilma Rousseff - AFP

A reunião ocorreu após a conversa entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, na semana passada, em São Petersburgo, Rússia, onde ocorreu a cúpula do G20. Na ocasião, Obama prometeu a Dilma que transmitiria as informações solicitadas pelo governo brasileiro sobre as denúncias de monitoramento de dados da própria presidenta, de autoridades, de cidadãos e da Petrobras.

Em nota, a porta-voz da conselheira, Caitlin Hayden, disse que Rice se comprometeu a buscar uma solução para encerrar o impasse entre os dois países, embora as denúncias de espionagem demonstrem-se como uma clara violação da soberania brasileira e não apenas detalhes diplomáticas de pouco relevo.

Leia também:
Nos EUA, chanceler brasileiro cobra explicações sobre espionagem

"A conselheira de Segurança Nacional transmitiu ao ministro Figueiredo que os Estados Unidos compreendem que as recentes revelações à imprensa, das quais algumas têm distorcido as nossas atividades e outras têm gerado questões legítimas pelos nossos amigos e aliados, criam tensões na muito estreita relação bilateral com o Brasil", disse Caitlin Hayden.

Segundo a porta-voz, o objetivo dos Estados Unidos é manter a relação bilateral positiva. “Os Estados Unidos comprometem-se a trabalhar com o Brasil para resolver essas preocupações, enquanto continuam a trabalhar de forma conjunta em uma agenda partilhada de iniciativas bilaterais, regionais e globais", acrescentou.

O texto ressalta também as relações entre os dois países. "Os Estados Unidos e o Brasil desfrutam de forte e estratégica aliança baseadas nos nossos interesses comuns como democracias multiculturais e grandes economias".

Na nota divulgada, a porta-voz de Rice disse que a reunião é "parte desse diálogo" e do compromisso manifestado pelo presidente Obama de trabalhar dentro dos canais diplomáticos para resolver essas preocupações. “Os Estados Unidos fazem uma ampla revisão das suas atividades de inteligência para garantir que são adequadamente projetadas", destacou, embora a retórica seja de justificação da espionagem ilegal por alegados "motivos de segurança".

O Senado brasileiro também reagiu à violação estadunidense à soberania do país. Na última terça-feira (3) foi instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) foi eleita presidente da comissão. Em nota divulgada também na última terça (3), as bancadas do PCdoB na Câmara e no Senado repudiaram as ações de espionagem do governo dos Estados Unidos.

Com Agência Brasil