Maioria dos paulistanos está disposta a deixar o carro em casa

O transporte público da capital ganhou mais 19,8 km de novas faixas exclusivas nesta segunda-feira (16). Somados, os novos trechos devem beneficiar mais de dois milhões de passageiros, nas zonas sul, oeste, leste e no centro. As maiores extensões de exclusividade foram instaladas nas avenidas Jacu-Pêssego/ Nova Trabalhadores (6,2 km), Sapopemba (4,4 km) e no eixo das avenidas Regente Feijó, Eduardo Cotching e João XXIII (5 km).

Para auxiliar a população, equipes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Sptrans vão acompanhar o desempenho das novas faixas. Com os trechos implantados nesta segunda-feira, a Operação Dá Licença para o Ônibus passa a contar com 169,9 km. A meta da administração municipal é totalizar 220 km até o fim de 2013.

A iniciativa da Prefeitura vem ao encontro dos anseios da maioria dos paulistanos. De acordo com a sétima pesquisa sobre Mobilidade Urbana Rede Nossa São Paulo e Ibope divulgada nesta segunda (16) o número de paulistanos dispostos a não usar o carro, caso haja uma boa alternativa de transporte público, aumentou de 44%, em 2012, para 61% este ano.

Segundo o levantamento, 27% dos entrevistados usam carro todos os dias (em 2012, eram 23%). Além disso, o paulistano gasta, em média, diariamente duas horas e quinze minutos no trânsito e 69% avaliam o trânsito da cidade ruim ou péssimo.

A pesquisa mostra ainda que o interesse pelas ciclofaixas de lazer diminuiu. Em 2012, 67% disseram que usariam as faixas exclusivas para bicicletas aos domingos e feriados. Este ano, o percentual caiu para 60%.

Já as recentes faixas exclusivas para ônibus foram aprovadas pelos entrevistados: 93% disseram ser a favor da medida. Aumentou também a aprovação dos paulistanos às medidas polêmicas para melhorar o trânsito na cidade, como pedágio urbano (de 17% em 2012 para 27% em 2013); rodízio de dois dias (de 37% em 2012 para 49% em 2013) e até multa para pedestres (de 34% em 2012 para 54% em 2013).

Sobre as recentes manifestações em todo o país, 58% disseram ser favoráveis, desde que não haja prejuízo ao trânsito e 34% são a favor mesmo que provoquem interrupções e congestionamentos na cidade.

Em relação ao custo do transporte público, 56% defenderam tarifa intermediária (meia tarifa paga pelo usuário e o restante, pelo governo), 34% são a favor da tarifa zero (totalmente custeada pelo governo) e 7% optaram pela tarifa cheia (totalmente paga pelo usuário). Sobre a tarifa zero, 46% disseram ser uma medida possível e viável para todos. Para 29%, o benefício deve valer somente para estudantes e desempregados e 21% acham a medida inviável.

Do total de entrevistados, 53% se manifestaram contra o aumento do preço da gasolina para subsidiar a redução da tarifa e 45% são a favor. Entre os que não usam carro, o resultado é o inverso: 53% a favor e 41% contra.

A pesquisa também apurou quais são as áreas mais problemáticas da cidade: Saúde mantém o primeiro lugar desde 2008, seguida de educação e segurança pública. Trânsito e transporte coletivo ficaram, respectivamente, em quarto e em quinto lugares.

Informações da Prefeitura de São Paulo e da Agência Brasil